Periodontite e a doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é caraterizada pela perda progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como a memória, compreensão, atenção, pensamento e orientação.

Nesta doença ocorre uma acumulação de uma proteína anormal e alterações nos feixes nervosos que provocam uma degradação do tecido cerebral e a perda de células nervosas, impossibilitando a comunicação entre os neurónios.

A periodontite e a doença de Alzheimer

A associação entre a periodontite e a doença de Alzheimer é explicada pela inflamação que, a partir das gengivas, se estende a todo o organismo e pela influência das bactérias causadoras da periodontite, que se acumulam entre a gengiva e as raízes dos dentes (nas bolsas periodontais).

As bactérias periodontais, para além de possuírem a capacidade de invadirem outros locais no organismo, os seus produtos, podem contribuir para a libertação de substâncias inflamatórias. Normalmente, estas substâncias inflamatórias são degradadas na cavidade oral, mas perante um estímulo patogénico acentuado, como acontece na periodontite, estes componentes entram na circulação e podem produzir efeitos sistémicos.

A inflamação desempenha um papel significativo na doença de Alzheimer. Por exemplo, na periodontite observa-se um aumento das concentrações locais e sistémicas de vários produtos inflamatórios. Este aumento leva à ativação das células cerebrais (responsáveis pelo bom funcionamento cerebral e pela remoção das placas beta-amilóide). Na presença de determinados produtos inflamatórios, as células cerebrais deixam de trabalhar eficazmente e não conseguem desempenhar as suas tarefas adequadamente.

Além disso, as bactérias periodontais (como por exemplo, Porphyromonas gingivalis) podem induzir uma resposta para uma maior produção de beta-amiloide.

Com o tratamento da periodontite, podemos eliminar um potencial risco para a doença de Alzheimer.

Como prevenir as doenças das gengivas?

  • Escovar os dentes pelo menos dois minutos, duas vezes por dia, introduzindo as cerdas da escova de dentes entre a gengiva e o dente;
  • Usar diariamente escovilhões interproximais (ou fio dentário se os espaços forem muito pequenos), entre todos os dentes;
  • Fazer visitas regulares ao médico dentista (de 6 em 6 meses no mínimo);
  • Não fumar.