Diagnóstico e 1º passo da Terapia Periodontal
Susana Noronha
A avaliação clínica rigorosa é essencial para um correto diagnóstico periodontal e consequente planeamento do tratamento adequado.
Ao longo do 1º módulo do curso serão revistos os parâmetros de diagnóstico periodontal e analisada a sua relevância no prognóstico de cada situação clínica. Através de casos clínicos, será abordada e aplicada a classificação atual das doenças periodontais e periimplantares. Adicionalmente, iremos rever as diretrizes propostas para o tratamento periodontal, de acordo com a publicações mais recentes.
O objetivo principal desta formação é:
- Rever os parâmetros de diagnóstico periodontal e clarificar o seu valor prognóstico;
- Aplicar a classificação atual das doenças periodontais e periimplantares;
- Analisar detalhadamente o guia de tratamento proposto pela EFP para os diferentes estadios de periodontite
- Enfantizar a 1ª fase da Terapia Periodontal
No final desta formação o formando será capaz de:
- Conhecer os parâmetros de diagnóstico periodontal e estabelecer a sua importância;
- Aplicar a classificação atual das doenças periodontais;
- Conhecer as várias fases de tratamento periodontal;
- Conhecer o guia de tratamento proposto pela EFP;
- Conhecer os diferentes passos da 1ª fase da terapia periodontal, reconhecendo a sua importância
2º passo da terapia periodontal: tratamento não cirúrgico
Inês Faria
A Periodontite é reconhecida como a patologia crónica, não transmissível, mais prevalente.
As suas implicações relevantes, a nível oral e sistémico, justificam a necessidade de conhecer e implementar o tratamento mais adequado de acordo com o diagnóstico periodontal.
As guidelines atuais reconhecem a imprescindível necessidade de realizar o tratamento periodontal de acordo com as distintas etapas.
A segunda fase do tratamento periodontal, também designada de terapia dirigida à causa, tem como principais objetivos a redução e/ou eliminação do biofilme bacteriano subgengival. A instrumentação subgengival poderá, em alguns casos, ser complementada com a administração de agentes químicos ou físicos, a utilização de antibióticos sistémicos ou locais ou de agentes modulares da resposta do hospedeiro.
Os resultados do 2ª passo da terapia periodontal deverão ser avaliados após um período de cicatrização.
O conhecimento dos objetivos do tratamento periodontal não cirúrgico é crítico para a avaliação do resultado, assim como, para definir a fase subsequente do tratamento periodontal que deverá ser realizada.
O objetivo principal desta formação é:
- Contextualizar a importância da implementação da 2ª fase do tratamento periodontal na abordagem dos pacientes com diagnóstico de Periodontite de Estadio I a IV.
No final desta formação o formando será capaz de:
- Reconhecer a importância do tratamento sequencial da periodontite;
- Identificar as principais etapas do tratamento periodontal;
- Conhecer os objetivos da 2ª fase do tratamento periodontal;
- Conhecer os diferentes procedimentos que são realizados na 2ª fase do tratamento periodontal;
- Identificar quais os resultados expetáveis do tratamento periodontal não cirúrgico;
- Definir a fase seguinte do tratamento periodontal, de acordo com os resultados clínicos obtidos após conclusão da 2ª fase;
3º passo da terapia periodontal: tratamento cirúrgico
Orlando Martins
O tratamento periodontal é um processo incremental, ao longo de vários passos. Nos pacientes periodontais a presença de bolsas com profundidade de sondagem ≥6mm ou superfícies anatómicas complexas (concavidades radiculares, furcas, defeitos infra-ósseos) podem impedir a completa remoção do biofilme e cálculos subgengivais.
Se os objetivos do passo 2 do tratamento periodontal não forem alcançados, deve ser implementado o passo 3: cirurgia periodontal.
Esta tem por objetivo permitir um adequado controlo da placa bacteriana pelo paciente e adequada terapia periodontal de suporte, aceder a bolsas periodontais mais profundas ou promover a regeneração/resseção de lesões como defeitos infra-ósseos ou furcas. A cirurgia periodontal inclui procedimentos como retalhos de acesso, procedimentos ressetivos ou procedimentos regenerativos. Os retalhos de acesso permitem aceder diretamento à superfície radicular, concavidades e furcas.
Pretendendo alterar a forma e contorno dos tecidos moles e, ocasionalmente, dos duros pode-se recorrer à cirurgia ressetiva. Em morfologias de defeitos específicas, o clinico poderá pretender repor parcialmente os tecidos periodontais , utilizando uma abordagem regenerativa. Uma pletora de biomateriais podem ser usados. Contudo nem todos estão associados a uma verdadeira regeneração periodontal.
Assim a cirurgia periodontal dispõem de várias técnicas cirúrgicas bem como distintos biomateriais. O clínico, através de um espírito crítico, no seu planeamento cirúrgico de acordo com o tipo de lesão/defeito periodontal deve colocar questões como:
- Que tipo de cirurgia periodontal resultará no maior benefício para o doente?
- Que tipo de retalhos podem ser utilizados?
- Que biomateriais podem ser utilizados?
- Como abordar os vários tipos de furcas?
O objetivo principal desta formação é:
- Pretender que o formando compreenda a dinâmica do tratamento periodontal sabendo quando recorrer à cirurgica periodontals bem como que técnicas utilizar de forma correta.
No final desta formação o formando será capaz de:
- Identificar em que fase do tratamento periodontal pode/deve utilizar a cirurgia periodontal.
- Conhecer que técnicas cirurgicas deve utilizar de forma adequada (procedimento de acesso, ressetivo ou regenerativo)
- Compreender que desenho de retalho cirurgico deve utilizar em função do seu objetivo.
- Conhecer, de acordo com a evidência científica, os biomateriais que podem ser utilizados.
Plenário de casos clínicos
Alexandre Miguel Santos
A nova classificação das doenças periodontais foi introduzida em 2018 (Caton et al. 2018; Tonetti et al. 2018b), seguindo o relatório de consenso (Papapanou et al. 2018a) do Workshop Internacional que ocorreu em Chicago em novembro de 2017.
Foram introduzidos estádios e graus da doença, tendo como objetivo ligar a classificação da doença com abordagens de prevenção e tratamento, uma vez que não só descreve a gravidade e extensão da doença, mas também o grau de complexidade e o risco de um indivíduo. Em 2020, surgem as diretrizes e orientações clínicas baseadas em evidências que forneceram as recomendações para o tratamento da periodontite dos estádios I-III.
O objetivo deste 4º módulo será exemplificar o processo de implementação destas diretrizes na prática clínica através da apresentação e discussão de casos clínicos.
O objetivo principal desta formação é:
- Apresentação e discussão de casos clínicos com base nas orientações clínicas da Directriz de Práticas Clínicas (DPC) de Nível S3 para o tratamento da periodontite de estádios I-III.
No final desta formação o formando será capaz de:
- Abordar o tratamento da periodontite (estádios I, II e III) utilizando uma abordagem gradual pré-estabelecida para a terapêutica que, dependendo do estádio da doença, deve ser incremental, cada uma incluindo diferentes intervenções.
- A escolha destas intervenções deve ser feita na sequência de um rigoroso processo de tomada de decisões baseado na evidência científica.