Desde 22 de outubro que o SNS 24 está a aceitar as candidaturas dos médicos dentistas interessados em integrar a linha de atendimento aos utentes. A colaboração insere-se no âmbito da resposta à pandemia COVID-19 e destina-se ao contacto com doentes assintomáticos.

Para integrar a linha, os médicos dentistas devem inscrever-se em https://candidaturas.sns24recrutamento.pt:44343/. O recrutamento não tem prazo-limite.

Os inscritos realizam uma formação sobre a WEB APP do SNS 24 – que para já está disponível para os sistemas operativos Android/ Microsoft – e sobre o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD). Assim que concluírem metade dos módulos do RGPD e a capacitação sobre a aplicação, os médicos dentistas podem iniciar funções.

A gestão de todo o processo, incluindo a contratação, é feito pelo próprio SNS 24, que disponibiliza uma linha de apoio técnico direcionada para os médicos dentistas: 800 210 125. A curto prazo será ainda disponibilizado um formulário para submissão de questões relacionadas com o recrutamento.

“A Ordem saúda esta colaboração, que está a ter uma boa recetividade”, afirma o bastonário da OMD, anunciando que até ao momento já se inscreveram 1672 profissionais, sendo que 70% tem menos de 35 anos.

Reunião com o Presidente da República

“É uma forma de colaboração, num período difícil e que se espera longo. Os médicos dentistas estão disposto a ajudar, a contribuir, mas de uma forma responsável, consciente e com conhecimento de causa.” Foi esta a mensagem que o bastonário da OMD transmitiu ao Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu no passado sábado, 24 de outubro, Miguel Pavão, que se fez acompanhar pelo presidente do Conselho Geral da OMD e coordenador do Grupo de Reflexão e Acompanhamento da COVID-19, Fernando Guerra. À saída, o bastonário afirmou à comunicação social que os médicos dentistas vão integrar a linha SNS 24, fruto de uma parceria estabelecida com os SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Miguel Pavão aproveitou para notar que os portugueses têm “um recurso privilegiado, especializado, útil e credível nos médicos dentistas”, pelo que é hora de os governantes olharem “para os médicos dentistas como profissionais de saúde”, até porque estes não podem ser “dissociados do que é a saúde no geral, mais do que olharmos só para a saúde oral”.

 

Condições reunidas para manter atividade

Após a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, para analisar a situação pandémica do país, o bastonário da OMD revelou ter comunicado ao Presidente da República que a classe foi “afetada” pela pandemia e que, sete meses depois dos primeiros casos, há “sinais de extrema confiança” na classe, porque a taxa de infeção entre os médicos dentistas é “muito baixa” face à média nacional.

Perante um eventual novo confinamento e suspensão da atividade dos médicos dentistas, Miguel Pavão revelou que abordou esta questão com o Presidente da República e rejeitou esta solução, pois seriam “medidas difíceis” para a classe. No entanto, frisou, mesmo nessa situação, iriam “colaborar com todas as medidas” implementadas.

Por outro lado, revelou existirem “sinais de extrema confiança” na classe, porque a taxa de infeção entre os médicos dentistas é “muito baixa” face à média nacional. E, esclareceu, que a classe tido um “papel fundamental de colaboração na solução” do problema da pandemia e que são capazes de “potenciar as medidas de saúde pública” a nível comunitário, devido à proximidade e comunicação com os cidadãos.

Numa mensagem dirigida aos médicos dentistas, Miguel Pavão garantiu que “a OMD tudo fará para dar cobertura, o apoio necessário para aquilo que iremos certamente enfrentar. Contem com a OMD. Estamos juntos nesta pandemia”.