Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Gilbert Bouteille, presidente da Ordre National des Chirurgiens Dentistes (França), Óscar Castro Reino, presidente do Consejo General Dentistas (Espanha), Marco Landi, presidente do Council of European Dentists (CED), Gerhard Seeberger, presidente da Assembleia-Geral da FDI World Dental Federation, Andrew I Spielman, Associate Dean for Academic Affairs NYU, Cédric Grolleau, jurista na Ordre National des Chirurgiens Dentistes e Filipa Carvalho Marques, diretora do departamento Jurídico da OMD participaram na sessão dos temas socioprofissionais, em que se discutiu a mobilidade dos profissionais no âmbito da União Europeia.

O percurso da regulação da medicina dentária nos vários países europeus e nos EUA foi um dos principais temas abordados, nomeadamente os desafios que se colocam aos médicos dentistas e ao exercício da profissão. Perante a crescente exigência da população face a cuidados de saúde oral de qualidade e a um aumento crescente das despesas nesta área, os convidados debateram e relataram a experiência dos seus países quanto à capacidade de regulação e aos modelos em vigor.

“Pode a saúde ser vista como uma atividade económica?” foi a pergunta lançada pela moderadora Paula Rebelo, jornalista da RTP, aos convidados. Para Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, a “saúde é um valor cujo preço individual ou para a sociedade não ousaria quantificar”. Mas acrescenta que “a prestação de cuidados de saúde, essa sim, tem custos e tem um preço”, pelo que na sua opinião “não pode ser um negócio como outro qualquer”.

Marco Landi, presidente do CED, considerou que “quando um paciente procura um tratamento, ele não quer satisfazer um desejo, ele quer uma resposta para as suas necessidades”. Na sua ótica, a saúde é por isso uma necessidade e não um bem material.

Por sua vez, Gerhard Seeberger, presidente da Assembleia-Geral da FDI, lembrou que o “dinheiro não compra a saúde” e que é necessário dar atenção a questões como a prevenção, a qualificação e a redução das desigualdades.

Óscar Castro Reino, presidente do Consejo General Dentistas, destacou a importância da atuação dos dirigentes políticos neste âmbito. “O papel dos Governos é a prevenção e o tratamento de todos os doentes”, esclareceu.

Já Gilbert Bouteille, presidente da Ordre National des Chirurgiens Dentistes, abordou o problema que se verifica em França e que consiste na “uberização” do sistema de saúde, com a estética no topo das prioridades e a prevenção no fim dessa pirâmide.

Cédric Grolleau, jurista na mesma entidade, acrescentou ainda que é necessário assegurar que a especificidade do bem público é maior do que qualquer instituição.

Os EUA elegeram recentemente o novo presidente e Andrew I Spielman, Associate Dean for Academic Affairs NYU, lembrou que, com as mudanças na Casa Branca, a política até aqui seguida pode não ser a mesma no futuro e que essas decisões vão afetar cerca de 20 milhões de americanos.

Por fim, diretora do departamento Jurídico da OMD, Filipa Carvalho Marques, fez notar que “o que torna a saúde especial é o facto de os sistemas económicos serem todos transitórios, enquanto o valor humanista da regulação em saúde é permanente”.

Reveja as opiniões dos intervenientes nesta curta reportagem:

 


Palestrantes da sessão de regulação em medicina dentária.


Cédric Grolleau, jurista na Ordre National des Chirurgiens Dentistes (França).


Gilbert Bouteille, presidente da Ordre National des Chirurgiens Dentistes (França).


Marco Landi, presidente do Council of European Dentists (Itália).


Paula Rebelo, jornalista da RTP que moderou a sessão.


Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (Portugal).


Gerhard Seeberger, presidente da Assembleia-Geral da FDI World Dental Federation (Alemanha).


Óscar Castro Reino, presidente do Consejo General Dentistas (Espanha).


Andrew I Spielman, Associate Dean for Academic Affairs NYU (EUA).


Filipa Carvalho Marques, diretora do departamento Jurídico da Ordem dos Médicos Dentistas (Portugal).