Autotransplante do terceiro molar mandibular para substituição do primeiro molar homolateral

Póster > Casos clínicos > Cirurgia oral

Hall dos Posters – 11 novembro, 09h00 às 10h30 – Ordem nº 105

Sara Tomé

Universidade de Lisboa

Inês Almeida
Filipe Freitas
Ana Louraço
João Caramês

Descrição do caso clínico: Doente do género feminino, 17 anos, sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes, dirigiu-se à consulta de Cirurgia e Medicina Oral da FMDUL para exodontia do primeiro molar inferior direito (dente 46), por apresentar perfuração a nível da furca. Os exames clínico e radiográfico identificaram a presença do terceiro molar homolateral não erupcionado (dente 48). Analisado o seu estádio de desenvolvimento, morfologia e posição, propôs-se a realização de um autotransplante do dente 48 para substituição do dente 46.

Discussão: Realizou-se, sob anestesia local, a exodontia dos 46 e 48, com recurso a técnicas de odontossecção e ostectomia, respetivamente. Seguidamente, implantou-se o dente 48 no alvéolo do dente 46, estabilizado-se através da fixação não rígida com fio de aço e compósito aos dentes adjacentes durante 2 meses, seguida de tratamento endodôntico 2 semanas depois. Decorridos 4 anos, o dente permanece em função, assintomático e sem mobilidade. A publicação recente de uma revisão sistemática com meta-análise confirmou o bom prognóstico a longo prazo desta técnica, revelando taxas de sobrevivência de cerca de 81% para tempos de evolução superiores a 6 anos (Machado LA et al, 2016).

Conclusões: O autotransplante dentário constitui uma opção de tratamento previsível para a substituição de dentes perdidos, quando as condições locais e anatómicas do dente a transplantar são favoráveis, sobretudo em pacientes jovens. A manutenção da proprioceção decorrente das estruturas periodontais poderá constituir uma importante vantagem relativamente à colocação de implantes dentários.

Palavras-Chave: Autotransplante dentário; cirurgia oral; terceiro molar; primeiro molar; exodontia; endodontia