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João Prina

Universidade de Coimbra

Introdução: A prevalência de crianças portadoras de perturbações do espectro do autismo tem vindo a aumentar na população mundial. Em Portugal estima-se uma prevalência de 10:10000 crianças. As especificidades inerentes a este distúrbio, sobretudo associadas à hipersensibilidade tátil e auditiva, exigem, por parte do médico dentista uma abordagem diferenciada.

Objetivos: Esta revisão visa descrever a abordagem mais apropriada no atendimento de crianças com perturbações do espectro do autismo na consulta de medicina dentária, baseada na evidência científica disponível.

Métodos: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Pubmed/Medline, ScienceDirect e EBSCO com as palavras-chave: “pediatric dentistry”, “autistic disorder”, conjugados através do conector booleano AND. Foram definidos como critérios de inclusão: publicações entre 2006 e 2016, em inglês e português, com resumo disponível.

Resultados: Obtiveram-se, de acordo com os critérios de inclusão, 28 referências, selecionando-se 17 após análise do resumo. A estes acrescentaram-se 5 artigos por referência cruzada, perfazendo um total de 22.

Conclusão: O sucesso do tratamento está dependente da capacidade de comunicar com estas crianças, dada a dificuldade de interação, hiperatividade e distúrbio cognitivo. O domínio do controlo comportamental (especialmente a dessensibilização, técnicas visuais e sedação consciente), a par do estabelecimento e manutenção de rotinas referentes à consulta, revela-se preponderante na obtenção de um controlo efetivo da saúde oral.

Implicações Clínicas: O médico dentista deve estar preparado para estabelecer um plano de tratamento adequado às necessidades particulares destas crianças e decidir quais as técnicas de controlo de comportamento mais apropriadas objetivando otimizar o tratamento dentário de crianças com autismo.