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Marcelo da Cruz David

Introdução: Nos últimos 40 anos, o titânio foi considerado o material “gold standard” no fabrico de implantes. A zircónia (dióxido de zircónio ZrO2) surgiu como alternativa ao titânio, perante uma necessidade estética. Estudos confirmam a zircónia, comparativamente ao titânio, como um material mais estético, biocompatível, resistente a forças mastigatórias, com melhor tolerância por parte dos tecidos moles e menor potencial de colonização bacteriana.

Objetivo: Analisar as taxas de êxito e sobrevivência dos implantes de zircónia em ensaios clínicos. Podem os implantes de zircónia ser recomendados para a pratica clínica diária?

Materiais e Métodos: Foi conduzida uma pesquisa nas bases de dados Medline/PubMed, COCHRANE CENTRAL, e Scopus com as palavras-chave: ““zirconia”, “zirconium”, “implant” e “implants” com diferentes combinações.

Resultados: Nos estudos que avaliaram a taxa de sobrevivência (TS) os valores foram 60–100% a ≤ 2 anos de acompanhamento, 86–100% de 2–4 anos, e 58.5–97.6% a ≥ 5 anos. O valor da taxa de êxito para a maioria dos ensaios foi entre 91.7–100%, registando-se um valor de 66% em dois artigos do mesmo autor.

Conclusões: Os ensaios mais recentes e com implantes de melhor macro e micro estrutura, registaram resultados comparáveis com os de titânio.

Implicações Clínicas: A recomendação do uso clínico de implantes de zircónia em alternativa aos de titânio, necessita de estudos com melhor desenho e mais anos de acompanhamento, em virtude da grande heterogeneidade dos critérios de análise.

Palavras-chave: Zircónia; Implantes Dentários; Taxa de Sobrevivência; Taxa de Êxito; Revisão Sistemática