Póster > Investigação > Biologia Oral

Ana Sofia Coelho

Introdução: As complicações microvasculares associadas à diabetes e a consequente neuropatia autonómica relacionam-se com alterações salivares. A hiperglicemia contribui, ainda, para o desenvolvimento de patologias orais, dadas as alterações no microbioma oral, com consequente desenvolvimento de periodontite, cáries, entre outras.

Objetivo: Determinar a carga bacteriana total da saliva e do biofilme dentário de diabéticos do tipo 1 com bomba de insulina e de doentes não diabéticos.

Materiais e métodos: Foram incluídos no estudo 20 diabéticos do tipo 1 com bomba de insulina. A cada diabético fez-se corresponder um controlo do mesmo sexo e idade. Foram colhidas amostras de saliva não estimulada e biofilme dentário após jejum de pelo menos 2 horas. Seguiu-se um protocolo de extração de DNA baseado na precipitação do mesmo com etanol gelado. A carga bacteriana foi quantificada por PCR em tempo real, utilizando primers para a sequência 16S rDNA. Para a análise estatistica assumiu-se o nível de significância de 5%.

Resultados: Os diabéticos apresentaram uma carga bacteriana da saliva e do biofilme maior que os não diabéticos, sendo esta diferença estatisticamente significativa. Não foi encontrada uma correlação entre a carga bacteriana e o valor de hemoglobina glicada.

Conclusão: Os doentes com diabetes tipo 1 apresentam maior carga bacteriana da saliva e do biofilme, independentemente do controlo metabólico.

Implicações clínicas: A elevada carga bacteriana enfatiza a importância de um controlo médico-dentário efetivo, bem como da necessidade de criação de políticas públicas e de programas de educação de saúde oral.

Palavras-chave: diabetes, saliva, biofilme, carga bacteriana, cárie, periodontite