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Mariana do Souto Lopes
Universidade do Porto
Introdução: O compósito tridimensional de nano-hidroxiapatite/quitosano (70/30%) biodegradável, com porosidade de 66% e diâmetro médio dos poros de 392µm, em desenvolvimento por este grupo, parece promissor para regeneração óssea. O compósito é preparado por um método inovador e industrializável; envolve três etapas relativamente simples, com a vantagem da obtenção de um material estéril na etapa final do processo de produção.
Objetivos: Avaliação preliminar da esterilidade do biomaterial e da citocompatibilidade osteoblástica.
Materiais e Métodos: A esterilidade foi testada por incubação de amostras em meio líquido de cultura microbiana (120h), seguida de contagem de unidades formadoras de colónias em placas de agar (meio não-selectivo). A proliferação de células osteoblásticas cultivadas nas amostras (n=6) foi avaliada durante um período de 21 dias, e caracterizada pela atividade metabólica e observação por microscopia eletrónica de varrimento.
Resultados: No ensaio microbiológico, não houve evidência de crescimento microbiológico. O biomaterial permitiu a proliferação celular, que aumentou gradualmente ao longo do tempo experimental. Observaram-se células com morfologia normal, tendência para colonização dos poros e presença de agrupamentos celulares organizados que aumentaram de extensão ao longo do tempo de cultura.
Conclusões: Houve evidência da obtenção de um biomaterial estéril, que permitiu a adesão e proliferação de células osteoblásticas. Estão em curso estudos adicionais para validação do método de esterilização, e uma caracterização completa do material relativamente aos perfis físico-químico, biomecânico e de resposta celular.
Implicações Clínicas: O compósito 3D de nano-hidroxiapatite/quitosano pode vir a constituir uma alternativa interessante para a regeneração de defeitos ósseos com um enxerto biodegradável.