Recobrimento radicular múltiplo: a propósito de um caso clínico

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Hall dos posters – 8 novembro, 9h30-10h00 – Ordem nº

Descrição

Tratamento de recessões gengivais maxilares múltiplas, classes I de Miller bilaterais nos caninos e pré-molares, por motivos estéticos, numa paciente do sexo feminino, 29 anos, não fumadora e portadora de uma periodontite crónica generalizada moderada, em fase de manutenção. Foram propostas e executadas duas técnicas de recobrimento radicular: 1º quadrante – Retalho de reposicionamento coronário pela técnica de Zucchelli & De Sanctis (2000); 2º quadrante – técnica bilaminar de enxerto de tecido conjuntivo associado a um retalho de reposicionamento coronário pela técnica de Langer & Langer (1985); assim como a correção da técnica de escovagem da doente.

Aos 15 meses (1º quadrante) e 12 meses (2º quadrante) pós-operatórios, obteve-se um recobrimento radicular parcial bilateral e uma melhoria do biótipo gengival (2º quadrante). Procedeu-se à correção das recessões gengivais residuais de ambos os quadrantes recorrendo à técnica combinada minimamente invasiva de enxerto de tecido conjuntivo associado a um retalho de preparação em túnel segundo a técnica modificada de Zuhr et al. (2007) e a suturas de cruzamento duplo com ancoragem coronal (Zuhr et al. 2009). Obteve-se um recobrimento radicular completo mantido até aos 6 meses de cicatrização.

Discussão

Escassa e pouco esclarecedora, a evidência científica disponível para a abordagem de recessões múltiplas (Chambrone et al. 2009) revela que as técnicas de retalho de reposicionamento coronário e bilaminar têm um efeito positivo na melhoria dos principais parâmetros clínicos.

O recurso a técnicas microcirúrgicas associadas a técnicas de suturas modificadas aparenta favorecer a cicatrização e potenciar os resultados clínicos. Contudo, factores relacionados com o paciente, a área intervencionada ou a técnica podem limitar o sucesso pretendido. Verificou-se concordância entre a evolução do caso clínico e a literatura publicada.

Conclusão

Neste caso clínico, o controlo dos factores inerentes ao doente (escovagem) e o recurso a técnicas microcirúrgicas melhoraram o prognóstico do recobrimento radicular.