Líquen plano bolhoso oral – Caso clínico

Póster > Casos clínicos > Patologia Oral

Hall dos posters – 8 novembro, 11h30-13h00 – Ordem nº

Descrição

Indivíduo do sexo feminino de 54 anos, recorreu à consulta de medicina oral, por apresentar “feridas que doíam ao mastigar” por episódios há mais de um ano. Não mencionou antecedentes patológicos de relevo.

Ao exame clínico, apresentava lesões erosivas com margens brancas estriadas e bolhosas na mucosa jugal direita e esquerda, sem alterações cutâneas. O diagnóstico provável foi de líquen plano erosivo-atrófico à direita e bolhoso à esquerda, realizando-se biópsia incisional.

O resultado histológico descreve um epitélio pavimentoso estratificado hiperqueratótico e com displasia leve, apresentando, também, áreas de transformação vesiculosa intra e sub-epitelial. Exibe intenso infiltrado inflamatório de células monocucleadas no córion, disposta em banda, com dissociação das estruturas conjuntiva e basal epitelial.

O diagnóstico definitivo foi de Líquen Plano Bolhoso com marcadas alterações pré-neoplásicas. A paciente foi medicada com Deflazacort 30 mg (2 vezes por dia/ em 10 dias), estando controlada actualmente.

Discussão

O líquen plano é uma doença mucocutânea crónica de causa desconhecida, afectando frequentemente a mucosa oral. Uma variante muito rara é o líquen plano bolhoso, manifestando-se por pequenas vesículas ou bolhas, entre as estrias brancas. A distribuição das lesões é frequentemente bilateral na mucosa jugal. A biópsia é imperativa nos casos de líquen plano com apresentação atípica.

A corticoterapia tópica é a principal forma de tratamento. No entanto, casos mais severos, como no presente caso, os esteróides sistémicos são recomendados. Por outro lado, este caso com displasia contribui para a caracterização deste tipo de patologia como lesão potencialmente maligna, como actualmente considerada.

Conclusão

Os médicos dentistas são profissionais que mais facilmente poderão detectar e diagnosticar este tipo de patologia. Como o líquen plano é uma doença crónica, os pacientes deverão ser informados que existe um risco de malignização e a monotorização a longo-prazo é aconselhada.