Leucoplasia vilosa num paciente hiv negativo

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Hall dos posters – 8 novembro, 11h30-13h00 – Ordem nº

Descrição

Paciente de 38 anos, caucasiano, do sexo masculino, foi enviado à consulta de Medicina Oral devido a “lesões brancas na língua”. A lesão não dolorosa no bordo da língua, apresentava uma evolução de duas semanas, nunca tendo surgido antes.

Ao exame clínico observou-se uma lesão homogénea de cerca de 2 por 3cm, aspeto viloso, não saindo à raspagem. Não estava associada qualquer mordedura de língua ou mucosas, febre, faringite ou adenopatias cervicais.

Foi realizada biópsia excisional, e pedidas análises serológicas com hemograma, bioquímica geral, pesquisa de HIV, HPV, Epstein-Barr, Sífilis, VHB, VHC. O relatório anatomopatológico revelou características morfológicas compatíveis com “leucoplasia vilosa”. Nas análises serológicas o resultado foi negativo para microorganismos, HPV e HIV e positivo para o Epstein-Barr ATC Ig M (VCA) e ATC Ig G (VCA).

O paciente foi tratado com Aciclovir 800 mg 3x por dia em comprimidos, e Aciclovir creme 50mg/g. Após uma semana de tratamento o doente não apresentava qualquer tipo de lesões orais. Discussão: As características clínicas e histoquímicas revelaram-se compatíveis com Leucoplasia vilosa, mas não patognomónicas da mesma.

Devido à ausência de microrganismos nas análises serológicas excluímos a Candidiase Oral. Geralmente a Leucoplasia vilosa está associada a pacientes com imunossupressão nomeadamente por HIV, o que não era o caso do nosso paciente. No entanto o resultado positivo para ATC Ig M (VCA) e ATC Ig G (VCA), permitiu-nos o diagnóstico definitivo de Leucoplasia Vilosa associando-a ao vírus Epstein-Barr.

Conclusão

Apesar de pouco frequente, é possível aparecer Leucoplasia Vilosa em pacientes não imunocomprometidos, e diagnóstico definitivo e diferencial só é conseguido através da detecção do vírus Epstein Barr.