Abordagem multidisciplinar do granuloma central das células gigantes do maxilar

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Hall dos posters – 8 novembro, 11h30-13h00 – Ordem nº

Descrição

Paciente do sexo feminino de 76 anos de idade, hipertensa e dislipidémica, estando ambas as patologias controladas farmacologicamente. Foi referenciada para a consulta de medicina dentária hospitalar por um colega, por apresentar mobilidade grau II nos dentes 26 e 28, edema da face e do palato, fístula palatina, currimento nasal e insuficiência respiratória.

Foi efetuada uma Ortopantomografia e posteriormente uma T.A.C. com Dental Scan. Após reunião clinica com os colegas Otorrinolaringologistas, estes sugeriram uma T.A.C aos seios perinasais. Com estes exames, verificou-se erosão óssea do palato duro até à linha média, da tábua vestibular ao seio nasal e reabsorção das raízes dos dentes 26 e 28.

Foi feita enucleação da lesão em bloco operatória com excisão total da mesma, regeneração óssea e posterior reabilitação com prótese acrílica. A peça excisada foi enviada para Anatomia Patológica e o diagnóstico foi Granuloma Central Das Células Gigantes. Em relação ao prognóstico a doente foi informada da possibilidade de recidiva da lesão e da importância do controlo radiográfico

Discussão

O Granuloma Central das Células Gigantes (GCCG) é uma lesão destrutiva intra-óssea, da mandibula e maxila anterior, em que lesões maiores dilatam as placas corticais, provocam deslocamento dentário, reabsorção radicular consistindo em células multinucleadas sobre fundo de células fibrohistiocíticas mononucleares e eritrócitos, surgindo mais na 2ª e 3ª décadas de vida.

A sua origem é idiopática sugerindo-se o trauma e processos inflamatórios como possíveis causas do seu aparecimento. Neste tipo de lesão é efectuado o diagnóstico diferencial com o Hiperparatiroidismo, Querubismo histologicamente com o Tumor de Células Gigantes O tratamento indicado passa pelo acto cirúrgico devido as dimensões da lesão.

Conclusão

Este tipo de lesão, mesmo sendo benigna é extremamente agressiva. O diagnóstico precoce com exame histológico pode em determinadas circunstâncias evitar tratamento cirúrgico das mesmas.