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Pericoronarite caracteriza-se pela inflamação dos tecidos moles intraorais que se encontram em íntima relação com a coroa de um dente parcialmente erupcionado, com respetiva dor que persiste por vários dias. Descrição do caso clínico: Paciente de 19 anos, do sexo feminino, recorreu a consulta de Medicina Dentária com queixa de “dor nos sisos” com evolução de uma semana. Referiu episódio semelhante 4 meses antes. Ao exame objetivo intraoral verificou-se tumefação gengival com dor à palpação na região dos terceiros molares inferiores. O exame extraoral não revelou adenopatias. Diagnóstico compatível com pericoronarite mandibular bilateral. O plano de tratamento envolveu a realização de ulectomias cirúrgicas com recurso a Laser de CO2 (4º quadrante) e bisturi frio (3º quadrante) com técnica de cunha distal. Durante o pós-operatório registou-se ausência de hemorragia, parestesia ou infeção. A paciente referiu dor e edema no 3º quadrante a partir das 24 horas imediatas à cirurgia. Após um ano verificou-se sucesso parcial da ulectomia neste mesmo quadrante e total no 4º quadrante, com resolução das pericoronarites com a cirurgia. Discussão: A opção pela utilização de duas técnicas diferentes permitiu-nos comparar as vantagens e desvantagens de cada uma. Os resultados obtidos encontram-se de acordo com a bibliografia existente referente ao uso do Laser de CO2 em tecidos moles e pericoronarites, onde a cirurgia por Laser oferece vantagens àquela oferecida por um bisturi frio, tais como, menor dor, edema, e prognóstico mais favorável. Considerando a escassa bibliografia sobre a utilização de Laser em ulectomias, este caso clínico será um incentivo e ponto de partida para estudos clínicos na utilização desta abordagem cirúrgica. Conclusão: Segundo o nosso caso, a ulectomia realizada com Laser de CO2 em comparação com bisturi frio promoveu um melhor pós-operatório para a paciente e um resultado clínico superior.