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Descrição caso clínico: Paciente do sexo feminino, caucasiana, de 74 anos compareceu no Departamento de Medicina Oral do Hospital de Valongo, reencaminha pelo Médico de Clínica Geral, referindo um nodulo não doloroso na zona da mandíbula. Durante a anamnese não foram mencionadas quaisquer patologias consideradas relevantes para o diagnóstico da lesão. No exame intra-oral verificou-se a presença de um nódulo, localizado no terceiro quadrante, estendendo-se desde o dente 33 ao 36, com consistência firme e indolor. Não se verificou linfadenopatia cervical associada. Na ortopantomografia observou-se uma lesão radiolúcida, com aparência multilocular, situada no terceiro quadrante entre o canino e o segundo pré-molar. Esta lesão com 2,2×2,1cm, envolvia e deslocava os dentes 34 e 35, expandindo e tornando mais fina as corticais ósseas vestibular e lingual. Extraíram-se dos dentes 34, 35, 36 e 37, e realizou-se a biópsia incisional da lesão. A análise histológica revelou um tecido rico em fibroblastos e colagénio, com zonas de células epiteliais odontogénicas, sem atipia citológica. Estavam também presentes focos hialinos calcificados, semelhantes a material osteóide e dentinoide. Estes resultados apontam para o diagnóstico de fibroma odontogénico central (COF). Foi realizada a excisão total da lesão. Não se verificaram complicações pós-operatórias. Num follow-up a 4 anos não foram encontrados indícios de recidiva da lesão. Discussão: O COF é uma lesão benigna bastante rara (0,1% do total de tumores odontogénicos), sendo que na literatura apenas existem 81 casos clínicos descritos. Apresenta-se normalmente como expansão óssea assintomática, e radiograficamente com zonas radiolúcidas bem delimitadas, podendo simular lesões de origem endodôntica, sendo o seu diagnóstico confirmado através de histologia. Conclusão: O tratamento da lesão é consensual e consiste na excisão cirúrgica da mesma, com bons resultados a longo prazo, e sem recidivas.