Avaliação cefalométrica das alterações crânio faciais em Doentes com Acromegalia

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Hall dos posters – 8 novembro, 17h30-19h00 – Ordem nº

Introdução

A acromegalia é uma doença crónica e debilitante, caracterizada pela presença de Adenoma hipofisário, geralmente localizado na sela turca, produtor de somatotrofina (STH). Em Portugal, a prevalência da acromegalia é de 56,5 casos por milhão de habitantes e a incidência é de 2,9 casos por milhão de habitantes por ano.

A apresentação clínica clássica de um doente com acromegalia inclui: crescimento exagerado das extremidades, mãos e pés, e tecidos moles, assim como aparência facial grosseira, com bossa frontal, rinofímia, lábios espessos, excesso de crescimento mandibular com prognatismo, macroglossia, diastemas e consequente maloclusão dentária.

Objetivos

Avaliar as alterações crânio faciais num grupo de acromegálicos

Material e métodos

Observamos 59 indivíduos, 33 com o ACR e 26 controlos, portadores de Adenomas hipofisários não secretores de STH – Adenomas Não Funcionantes da Hipófise (ANF) emparelhados para a idade e sexo. Na avaliação das repercussões foram utilizadas variáveis esqueléticas relacionadas com base do crânio, maxila e mandibula, através de base gráfica do programa Nemoceph®.

Resultados

O comprimento mandibular foi significativamente maior nos ACR (71,8 ± 6,6 mm) que nos ANF (67,4 ± 5,0mm, p=0,007). Os níveis de STH não se correlacionavam com parâmetros cefalométricos, contudo observamos uma relação estatisticamente significativa entre IGF-I e o comprimento mandibular ajustado para o atraso diagnóstico. Os ACR apresentam valores médios de convexidade menores do que os ANF, o que poderá representar um crescimento efetivo a nivel do mento.

Conclusões

A hipersecreção de STH e IGF-1 induz alterações crânio faciais, apresentando os doentes ACR alterações cefalométricas mais evidentes, em comparação com pacientes ANF. Os valores médios de convexidade menores nos ACR sugerem que a acção do IGF-I pode estimular o crescimento efetivo a nível do mento. O papel da normalização da ST/IGF 1 na redução destas comorbilidades necessita de ser avaliado.