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Introdução
As infeções profundas do pescoço são maioritariamente de origem dentária. A sua incidência e prevalência têm diminuído com o passar dos anos mas continuam a ser potencialmente fatais, afetando principalmente pessoas idosas e portadores de doenças sistémicas.
A patologia dentária mais associada com esta patologia é a infeção periapical do segundo ou do terceiro molar mandibular e o seu tratamento reside principalmente numa terapêutica antibiótica adequada e numa abordagem cirúrgica quer ao nível do abcesso quer a nível da peça dentária envolvida.
Objetivo
Estudo da prevalência de abcessos cervicais profundos de origem dentária e verificar a sua gravidade, tendo em conta o nível de tratamento morbilidade e mortalidade. Materiais e Métodos: Análise retrospetiva de 105 casos com abcessos cervicais profundos tratados no Centro Hospitalar São João E.P.E entre Janeiro de 2007 e Dezembro de 2010.
Resultados
A etiologia dentária mais frequentemente encontrada foi o abcesso periapical sem fístula (44,8%) e o tratamento mais instituído foi a exodontia (79%). Os sinais e sintomas que mais cursam com estas infeções são o edema da face (59%) o trismo (50,5%) e a disfagia (21,9%) e as doenças sistémicas mais encontradas nestes doentes foi a hipertensão (12,4%) e a diabetes mellitus (10,5%). No que respeita ao tratamento uma terapêutica antibacteriana com Clindamicina e Gentamicina e uma drenagem cirurgica foram as opções clínicas mais escolhidas na maioria dos casos.
Conclusões
Os resultados permitem-nos inferir que se os cuidados de saúde oral estivessem ao alcance de todos os estratos socio económicos e se a população estivesse mais sensibilizada para o quão importante é a saúde oral, estas situações de risco poderiam ser prevenidas.