Luís Filipe Correia participou na conferência “Carta Portuguesa para a Saúde Relacional: desafios e expectativas”, a 21 de março. Nesta iniciativa, organizada pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa e pelo Relational Lab, o presidente do Conselho Deontológico e de Disciplina (CDD) da Ordem dos Médicos Dentistas integrou o painel de oradores e abordou os contributos e expectativas nesta área.

Nesta mesa-redonda, Luís Filipe Correia debateu o tema, que é de capital importância, considerando que a Carta Portuguesa para a Saúde Relacional, cuja versão final foi apresentada durante a sessão, é uma chamada de atenção pública para a relevância da relação médico-doente como o ponto fulcral e basilar do sistema de saúde.

“A prestação de serviços de saúde, numa altura em que se verificam um conjunto de fatores negativos que influenciam esta relação, como a pressão sobre os serviços por parte dos utentes e por parte das entidades que se movimentam na área da saúde, como grupos económicos e seguradoras, ou o aumento do número de profissionais, nomeadamente de médicos dentistas, a juntar à universalidade de utilização das redes sociais e o aparecimento e utilização de novas tecnologias, podem levar a uma diminuição da humanização dos serviços de saúde”, considerou o presidente do CDD, vincando a importância de salvaguardar este vínculo.

“Esta realidade obriga os vários parceiros, como ordens profissionais, associações de médicos ou de utentes, a trabalharem em conjunto para incrementarem e aprofundarem essa mesma relação. O objetivo final é o de melhorar a prestação dos serviços médicos centrando-os no utente, na proteção da sua dignidade e de acordo com os seus direitos e deveres, tomando como central os princípios éticos e deontológicos da profissão, entre os quais se devem destacar a confiança, o conhecimento científico, o consentimento esclarecido e informado e ainda a confidencialidade”, explicou.

Durante a sessão, realizada no Auditório CGD, no ISEG, os intervenientes também abordaram a importância da implementação de uma saúde relacional, com o objetivo de estabelecer melhores relações, por um lado, e promover a saúde, a prevenção e o tratamento da doença, por outro. Nesta matéria, o painel concluiu que não há cuidados de saúde de qualidade sem relações sólidas e significativas.

A versão final da Carta Portuguesa para a Saúde Relacional reúne os valores base e as ideias-chave que refletem a importância da centralidade das relações no ecossistema de saúde. A Ordem dos Médicos Dentistas é uma das entidades signatárias. De referir que o ISEG e o Relational Lab subscreveram ainda um protocolo para desenvolver ações de formação nesta área com o intuito de capacitar os profissionais do setor da saúde.

Esta carta é um ponto de partida para a criação de um movimento, que pretende debater, disseminar e implementar o conceito de saúde relacional.

Além de Luís Filipe Correia, também estiveram presentes: Francisco Velez Roxo e José Zorro Mendes (ISEG), Rui Marques (Relational Lab), José Caldas de Almeida (Nova Medical School), Luís Costa (Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria), Catarina Soares (Unidade de Saúde Familiar da Baixa de Lisboa), Fernanda Freitas (Associação Nuvem Vitória), Patrícia Paquete (DEMwell), Marta Pires (Fundação Ronald McDonald) e José Manuel Boavida (Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal).

Consulte a redação final da Carta Portuguesa para a Saúde Relacional.