Num ano marcado pela pandemia da COVID-19, a percentagem de portugueses que não foram ao médico dentista nos últimos 12 meses subiu quase 5 pontos percentuais, face aos valores de 2019.
São dados do Barómetro de Saúde Oral 2021, realizado pela consultora QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), que mostram que 17% dos portugueses diminuíram o número de idas ao médico dentista, sendo que destes, 56,5% justificam a redução com a pandemia da Covid-19 e 9,8% com questões monetárias.
Há, no entanto, diferenças significativas entre o comportamento dos homens e das mulheres: enquanto 44,1% dos homens não visitam o médico dentista há mais de um ano, a percentagem entre as mulheres fica-se pelos 36,7%.
O Barómetro, que tem validade estatística, revela que aumentou a taxa de indivíduos que afirma que os gastos com o médico dentista diminuíram, quer consigo, quer com os membros do agregado familiar. Esta evolução está em linha com a diminuição da frequência de visitas ao médico dentista.
Dos interrogados, 16,6% desceram os gastos pessoais e 10,9% cortou as despesas de todo o agregado familiar.
Cerca de 28% dos portugueses nunca visitam o médico dentista ou apenas o fazem em situações de urgência – ainda assim uma melhoria face aos resultados da última edição do Barómetro, realizada em 2019.
O número de portugueses que nunca marca consulta para check-up é de 28,6%, um número que também evoluiu positivamente, visto que na última edição esta percentagem ascendia a 38,2%.
Entre as justificações para não marcarem consultas de medicina dentária regularmente, há 70% que diz não precisar, 22% que afirma não ter dinheiro, 17% que alega não ter problemas com os dentes.
Dos resultados do Barómetro conclui-se que apenas 61% dos portugueses visita o médico dentista pelo menos uma vez por ano.
Os resultados desta edição vão ao encontro do verificado na última edição do Barómetro, com quase 70% da população portuguesa a ter falta de dentes naturais, à exceção dos dentes do siso. Quase 9% tem falta de todos os dentes, problema mais sentido entre as mulheres. De salientar que 52,6% dos portugueses com falta de dentes naturais não têm dentes de substituição.
76.2% dos inquiridos afirmam escovar os dentes com frequência (pelo menos duas vezes por dia), menos 1,4 pontos percentuais.
Entre as crianças, o Barómetro mostra que 73,4% dos menores de seis anos nunca visitam o médico dentista. Esta percentagem subiu face à edição anterior do Barómetro da Saúde Oral. Aliás, até aos 6 anos, têm sido cada vez mais aqueles que nunca vão (ou nunca foram) ao médico dentista.
Os menores com idades entre os 10 e os 12 anos são os que mais utilizam o cheque dentista. Já os menores com 16 ou mais anos são os que menos utilizam o cheque dentista, seguidos das crianças até aos 6 anos.
O Barómetro da Saúde Oral mostra ainda que continua a aumentar o número de portugueses que tem seguro ou plano de saúde com cobertura de medicina dentária (19.3%) e o utiliza na rede.