O bastonário da OMD apelou esta semana à união dos médicos dentistas ibero-americanos, para que a saúde oral tenha uma voz cada vez mais participativa na definição de políticas e na literacia das populações.

Miguel Pavão participou na I Mesa Virtual Iberoamericana, organizada no âmbito da Expodental Scientific Congress, que decorre entre 24 e 26 de junho. O responsável português foi um dos convidados da sessão, que juntou o presidente da Consejo General de Dentistas de España, Óscar Castro, e a presidente da FOLA (Federação Dentária Latino-Americana), Lupe Salazar, bem como os representantes das diversas organizações profissionais latino-americanas.

No debate, em que se discutiram os desafios e problemas comuns, o bastonário da OMD salientou que é necessário investir num “compromisso político de todos os países” para que seja possível realizar uma reforma direcionada para as pessoas, de “mudança educacional, socioeconómica e de literacia para a saúde”. E deu o exemplo português: “nós precisamos de uma mudança na formação, que deve ser dedicada aos problemas do futuro, cada vez mais direcionada para estilos de vida saudáveis e também para uma intervenção integrada na relação interprofissional”. Na prática, Miguel Pavão sugeriu que é fundamental preparar os profissionais para a intervenção comunitária e preventiva.

Na opinião do representante português, a “saúde oral tem que ter uma voz política mais forte” e esta conferência pode ser o primeiro passo para que os países ibero-americanos consigam pressionar os respetivos governos a incorporarem a saúde oral nas suas políticas, através da visão de que esta tem impacto não só na saúde geral, mas também no contexto social e económico de uma sociedade.

A terminar, Miguel Pavão explicou que, ao contrário de Espanha – que conhece qual será o valor dos fundos europeus a investir nesta área -, em Portugal não há uma previsão de quanto será investido em saúde oral.

O debate realizou-se ontem, 22 de junho, e pode ser visualizado na integra no YouTube.