A 18 de novembro, falou-se da medicina dentária nas suas várias valências e de como os profissionais do setor estão a ter um papel ativo no combate à COVID-19. Os médicos dentistas Sara Costa Neves e Nuno Silva falaram das ‘frentes’ em que estão envolvidos e como os serviços que integram prepararam a resposta à pandemia, desde o momento em que apareceram os primeiros casos.

“Linha SNS 24 é das melhores formas de contribuir”

Sara Costa Neves trabalha no ACES Estuário do Tejo e, referiu, é mais do que médica dentista, “é médica dentista de família”. Recorda que, assim que começou a pandemia, em março, todos foram “chamados a ter um papel ativo”. Desde então está envolvida em várias frentes: prevenção e reforço de medidas, prevenção de urgência, apoio na parte logística, no Trace COVID e na linha SNS 24. Ações que considerou uma “mais-valia para agilizar diversas situações” e tornar “mais célere” a articulação de respostas no contexto da pandemia.

Além da vertente de prevenção, peça-chave para evitar deslocações ao serviço de urgência, a médica dentista destacou o contributo que a classe tem dado no tratamento de dados e na plataforma Trace Covid, na qual são o elo de ligação entre o utente e o sistema de saúde.

Este trabalho desenvolvido pelos médicos dentistas que estão inseridos nos cuidados de saúde primários é fundamental nesta cadeia de “entreajuda”, que tem como objetivo primordial não sobrecarregar as equipas médicas.

Na sua intervenção, apelou à adesão dos médicos dentistas à linha SNS 24, salientando que a aplicação é muito intuitiva e que, após a formação inicial, “estamos preparados” para esta função. Ao colaborar com esta linha, os médicos dentistas estão “a ter um papel ativo e a ajudar quem mais precisa”. “É das melhores formas e mais urgentes que podemos fazer neste momento”, conclui.

“Somos a classe que melhor se adaptou”

Nuno Silva é médico dentista no Hospital das Forças Armadas (FA) e relatou como as equipas militares se preparam para a resposta à pandemia. Recuando a inícios de março, explicou que “todas as unidades de saúde das FA estavam pré-preparadas para atuar num cenário de estado de emergência. Assim que este foi ativado, “a nossa direção de saúde acionou vários apoios: hospitalar, linha COVID, comando e controlo nas outras áreas”.

Coube aos médicos dentistas coordenar os sistemas de evacuação COVID e não COVID. Nuno Silva explicou que abriram as suas unidades à população, com o auxílio do Instituto de Apoio Social das FA, nomeadamente a doentes com sintomas ligeiros ou assintomáticos, sobretudo sem apoio familiar ou domiciliário. Foi criada a linha de apoio COVID para as “forças aderidas ao Estado”, com o intuito de libertar a linha SNS 24 para a população. Por fim, “saímos da nossa zona de conforto para fazer comando e controlo, ou seja, comunicação entre várias unidades das FA com a GNR e PSP”.

Em termos de alterações no exercício da profissão, o médico dentista adiantou que foram “criadas equipas fixas” e “a máscara é o nosso novo paradigma”. Questionado quanto ao facto de estar mais preparado para enfrentar a pandemia, Nuno Silva revelou que a “vantagem é que estamos treinados”, mas que “militares e civis estão equiparados”, pois a profissão deu uma “resposta positiva” e em “uníssono”. “Foi a classe que melhor se adaptou”, considerou.

Assista à gravação integral do webinar:

 

O webinar “Médicos Dentistas no Combate à Pandemia” integra um ciclo de conferências que a OMD está a realizar ao longo de novembro e dezembro.

Conheça os próximos webinars:
25 de novembro | Covid-19: da gestão de crise diária na 2ª vaga à preparação de 2021
Orador: Miguel Martins, presidente da direção da INCISIVOS – Associação dos Empresários da Medicina Dentária

2 de dezembro | O papel da comunicação em tempos de pandemia
Oradora: Susana Marvão, jornalista freelancer