De janeiro a julho deste ano, segundo dados do Portal da Transparência, foram emitidos menos 99.160 cheques-dentista e utilizados menos 108.029. De igual forma, no âmbito do Projeto de Intervenção Precoce no Cancro Oral (PIPCO) registaram-se nesse período menos 2.343 cheques emitidos e menos 6.907 utilizados.

Um cenário que revela que o impacto da pandemia afetou não só a prática privada, mas também, “e de forma preocupante”, o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO), mais conhecido por cheque-dentista. Para o bastonário da OMD, esta área necessita “de um plano de recuperação”, que passa por implementar “modelos diferentes” para que o programa chegue de forma efetiva aos grupos vulneráveis da população.

Em declarações à RTP, Miguel Pavão sugere a possibilidade de a Direção-Geral da Saúde emitir os cheques-dentista em formato online, salientando que estamos a cerca de um mês do término da utilização deste módulo.

O bastonário defende que os efeitos da pandemia no setor “obrigam a uma reflexão profunda sobre o programa e são uma oportunidade para propor novas soluções e mudanças nos programas de saúde oral”. E deixa o alerta: “se nada for feito, corre-se o risco de perder os ganhos de saúde oral alcançados nos últimos anos”.