O Ministério da Saúde reuniu ontem com as ordens profissionais da saúde para fazer o ponto de situação do impacto da COVID-19 nas várias áreas de atividade. A OMD aproveitou a audiência com o secretário de Estado da Saúde para expor a realidade particular dos médicos dentistas que, pela especificidade da profissão, enfrentam dificuldades de diversa ordem.

O bastonário da OMD expôs a António Sales os condicionalismos adjacentes da paragem do exercício profissional. Reconhecendo a rápida resposta na publicação do despacho que prolonga a suspensão da atividade enquanto durar o Estado de Emergência (exceto em urgências inadiáveis), o responsável explicou que a medida necessita de um plano de proteção financeira.

Orlando Monteiro da Silva alertou que os médicos dentistas são na sua maioria profissionais liberais ou sócios-gerentes, pelo que urge implementar medidas para compensar estes profissionais, tal como acontece com os trabalhadores por conta de outrem. Caso contrário, está comprometida a capacidade de resposta das clínicas e consultórios de medicina dentária quando a atividade for retomada.

Por outro lado, a OMD apelou ao ministério para que cumpra com urgência a disponibilização das prometidas máscaras à classe, sustentando que está em risco a suspensão total da atividade por falta deste equipamento. A comitiva da Ordem apresentou a António Sales os resultados do recente inquérito à classe, que conclui que mais de 60% das clínicas estão a fazer consultas de urgência e inadiáveis, mas que enfrentam grandes dificuldades no acesso a Equipamentos de Proteção Individual (EPI), nomeadamente máscaras FFP2. E frisou que 90% dos médicos dentistas indicaram que têm problemas na aquisição de máscaras.

O ministério referiu que é premente fazer face às necessidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas reiterou que vai tentar dar resposta à solicitação dos médicos dentistas o mais rápido possível.

Na reunião, a Ordem esteve representada pelo bastonário, pelo presidente do Conselho Geral, Paulo Ribeiro de Melo, e pela diretora do Departamento Jurídico, Filipa Carvalho Marques. Em jeito de balanço do trabalho desenvolvido até ao momento, a comitiva realçou a atitude responsável dos médicos dentistas que, zelando pela saúde dos utentes e da equipa de medicina dentária, atenderam às recomendações da OMD e decisão do Governo, bem como a boa articulação entre o ministério e a diretora do Departamento Jurídico da Ordem, que culminou com o despacho nº 3903-E/2020, que prorroga o despacho n.º 3301-A/2020.