O cancro oral é em Portugal responsável por 4% das mortes, sendo a quinta causa de morte por doença oncológica.

Apenas 40% dos afetados sobrevivem mais de 5 anos, mas quando detetada na fase inicial, a taxa de sobrevivência pode superar os 80%.

Para combater esta realidade, a Direção-Geral da Saúde criou em 2014 o Programa de Intervenção Precoce para o Cancro Oral (PIPCO).

O êxito do PIPCO resulta de, em 2015, terem sido observados 3836 doentes próximo da sua residência por médicos dentistas. Destes, 23 foram diagnosticados com cancro oral e encaminhados para tratamento no prazo de 15 dias! Outros 49 são acompanhados por lesões em risco de evoluir para cancro oral.

Espanta-me que um médico, Bastonário da sua Ordem, pretenda acabar com o programa, que defende os doentes, excluindo os médicos dentistas contra as recomendações internacionais.

Uma análise independente facilmente conclui que o PIPCO é a verdadeira Via Verde do Cancro Oral, quantas mais pessoas de risco forem observadas, mais vidas serão salvas, prevenindo as consequências da doença e custos adicionais para o Serviço Nacional de Saúde.

Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas

Orlando Monteiro da Silva

 

Artigo de opinião publicado na edição impressa do Correio da Manhã a 17 de fevereiro de 2016 (pdf).