Bastonário da OMD denuncia na Europa excesso de cursos de medicina dentária em Portugal
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, denunciou numa conferencia da Association for Dental Education in Europe (ADEE) o excesso de cursos de medicina dentária existentes nas universidades portuguesas.
A ADEE é uma associação que representa mais de 80% das faculdades europeias de medicina dentária e liderou a implementação do Processo de Bolonha.
Orador convidado da conferência anual da ADEE que decorreu em Riga, capital da Letónia, Orlando Monteiro da Silva alertou para o elevado número de médicos dentistas que estão a ser formados em Portugal, onde o rácio de médicos dentistas por habitante é de um médico dentista por cada 1.296 habitantes. Números que contrastam com as recomendações da Organização Mundial de Saúde que defende um rácio na região da Europa Ocidental de um médico dentista por 2.000 habitantes.
Na sua intervenção “Visão2020: Construir o Futuro da Saúde Oral”, o bastonário da OMD revelou que nos últimos 10 anos, o número de médicos dentistas em Portugal tem crescido à taxa anual de 6.7%, existindo atualmente 8.147 médicos dentistas inscritos na Ordem e prevendo-se que esta tendência de crescimento se mantenha pelo menos nos próximos quatro anos.
Perante uma plateia onde se encontravam os principais responsáveis pelo ensino da medicina dentária na União Europeia, Orlando Monteiro da Silva afirmou que em Portugal, um país com 10 milhões de habitantes, há sete faculdades com três mil alunos inscritos em medicina dentária. Numa profissão em que 60% dos profissionais tem entre 26 e 40 anos.
Relativamente ao ensino da medicina dentária na Europa e até a nível global, o bastonário evocou o documento Visão 2020, da FDI, já traduzido em português pela OMD, “os atuais modelos tradicionais de formação em medicina dentária não foram ainda capazes de lidar adequadamente com as disparidades na saúde oral. Aliás, existe um afastamento crescente entre a formação em medicina e a formação em medicina dentária apesar da saúde oral ser atualmente amplamente reconhecida como uma parte importante da saúde geral”.
