Patologia óssea não odontogénica: a propósito de um osteossarcoma

Póster > Casos clínicos > Cirurgia oral

Hall dos pósteres – 6 novembro, 14h30 – 15h30 – Ordem nº 48

Carlos Martins Maia

Instituto Universitário de Ciências da Saúde

Ana Isabel Pereira
Inês Guerra Pereira
António Felino

O osteossarcoma é o neoplasma ósseo primário (não odontogénico) mais comum. Tem um elevado grau de malignidade e, apesar da rara ocorrência, o seu diagnóstico tem sérias implicações no prognóstico.

Não apresenta factores predisponentes conhecidos (são apontados como tal algumas mutações genéticas). Paciente do género masculino, 32 anos de idade, apresentou-se no consultório dentário com queixa de dor na mandíbula esquerda.

O exame clínico revelou, na transição do corpo da mandíbula para o ramo ascendente esquerdo, um tecido gengival de aspeto raiado, apresentando-se com edema e características morfológicas sugestivas de malignidade. O exame radiográfico demonstrou uma formação óssea circunscrita numa massa de tecido mole, de bordos irregulares e pouco definidos.

Posto isto, procedeu-se a biópsia óssea excisional para estudo anátomo-patológico. O diagnóstico final foi osteossarcoma, tendo por isso sido encaminhado para tratamento oncológico.

O paciente foi submetido a resseção mandibular parcial, com perda das peças dentárias contíguas à lesão. Foi realizada uma consulta de follow-up ao fim de 1 ano e meio onde se constatou clínica e radiograficamente a ausência de qualquer sinal ou sintoma relacionado com a patologia.

De acordo com a literatura atual, e tal como a maioria dos tumores malignos dos maxilares, o diagnóstico e tratamento cirúrgico radical precoces resultam num aumento significativo da taxa de sobrevivência e diminuição das probabilidades de metastização, o que é possível constatar neste caso.

Desta forma, torna-se imperativo alertar e considerar uma colaboração multidisciplinar de forma a diminuir a morti-morbilidade decorrentes da doença.