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Sandra Gonçalves

Gengivoestomatite de células plasmáticas é uma doença benigna inflamatória rara de etiologia desconhecida. Caracteriza-se clinicamente por eritema e edema gengival e histologicamente por infiltrado de células plasmáticas policlonais no tecido conjuntivo subepitelial. Apresentamos um caso raro de gengivostomatite de células plasmáticas.

Paciente, do género masculino, de 54 anos de idade, referido pelo Médico Dentista para o Departamento de Medicina Oral do UCLHT Eastman Dental Hospital, em 2001, para investigação do eritema difuso da gengiva e mucosa oral. Sem antecendentes médicos de relevo.

No exame clínico, não apresentava linfadenopatias palpáveis. No exame intra-oral verificou-se a presença de áreas sésseis eritematosas com mucosa superficial de aparência granular no palato duro e mole e na superfície dorsal da língua. Havia também evidência de periodontite crónica generalizada.

O exame hematológico não revelou presença de células plasmáticas circulantes nem disfunção hematológica. O exame histopatológico demonstrou epitélio escamoso estratificado paraqueratinizado, hiperplasia e um denso infiltrado de células plasmáticas. Houve policlonalidade das células plasmáticas para as cadeias leves kappa e lambda.

O diagnóstico de gengivoestomatite de células plasmáticas com periodontite crónica foi estabelecido. Uma vez que não havia sintomatologia e que não possui potencial de malignização não foi inciciada terapia. A periodontite crónica foi tratada por meios não-cirúrgicos convencionais. O paciente tem sido reavaliado anualmente não tendo sido verificada nenhuma alteração nas características clínicas.

Conclusão

O diagnóstico de gengivostomatite de células plasmáticas é baseado na anamnese detalhada, exame clínico e exames de diagnóstico apropriados. O exame histopatológico e imunohistoquímico do tecido lesional é essencial para excluir plasmacitoma.