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Introdução

A adesão microbiana à superfície de uma prótese dentária removível pode contribuir para o desenvolvimento de processos infeciosos. Em situações em que os pacientes não toleram a base da prótese, esta pode ser rebasada com uma resina flexível para reduzir o desconforto e/ou a dor. Estas resinas constituem superfícies diferentes para a formação de biofilme e podem alterar a suscetibilidade de uma prótese removível à adesão e colonização microbiana.

Objetivos

Avaliação in situ da adesão microbiana à resina acrílica ProBase Hot®, usada na confeção da base de próteses removíveis, e à resina flexível usada para rebasamento, Vertex Soft®.

Materiais e métodos

Foram preparados discos de resina ProBase Hot® e de resina Vertex Soft® de igual tamanho. Fixaram-se dois discos de cada material em dispositivos intra-orais individuais que foram expostos durante 4h à cavidade oral de 15 participantes. Após o período de exposição foi determinada a adesão microbiana a ambos os materiais através do método contagem em placa usando meios de cultura ricos e diferenciais. O teste t de Student foi utilizado para a análise estatística.

Resultados

Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p<0.05) entre os dois materiais relativamente à adesão de aeróbios totais, anaeróbios totais, Streptococcus totais e Streptococcus do grupo Mutans. Em comparação com a resina ProBase Hot®, a resina Vertex Soft® apresentou maior adesão microbiana.

Conclusões

A resina de rebasamento Vertex Soft® mostrou-se mais suscetível à adesão microbiana do que a resina acrílica ProBase Hot®. Deverão ser feitos estudos adicionais das características de superfície destes materiais.

Implicações clínicas

O rebasamento de uma prótese removível com Vertex Soft® poderá condicionar um risco acrescido de infeções orais e sistémicas para os pacientes, realçando-se uma maior necessidade de controlo do biofilme oral, especialmente em individuos mais suscetíveis.