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Introdução e objetivo

A saúde oral representa um desafio para crianças, profissionais e serviços de saúde. Ainda assim, poucos estudos têm sido conduzidos com crianças em idade pré-escolar, devido às dificuldades inerentes à etapa de desenvolvimento e também à crença generalizada de que os problemas dentários nesta etapa são pouco relevantes por se tratar de uma dentição decídua.

A cárie dentária infantil continua a ser uma das doenças mais prevalentes, podendo ocorrer também traumatismos e problemas de oclusão. Este estudo pretende avaliar e caracterizar o estado de saúde oral da criança em idade pré-escolar (3-5 anos), no concelho de Cascais.

Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e exploratório, que recorreu a uma amostra não-probabilística de 157 crianças em idade pré-escolar. As observações clínicas foram promovidas num contexto de jardim-de-infância, sendo conduzidas por médico dentista e de acordo com as guidelines da OMS, após assinatura do protocolo de autorização e preenchimento do questionário sociodemográfico pelos pais.

Resultados

Os resultados preliminares deste estudo sugerem que o surgimento de cárie dentária não tratada está associado ao nível socioeconómico da família, assim como a tratamentos dentários administrados (p<0.05). No entanto, a presença de maloclusão e de traumatismo dentário parecem ser independentes do estatuto socioeconómico.

Conclusões e implicações clínicas

Na idade pré-escolar, o acesso a serviços de saúde oral fica condicionado pelo facto de a maioria dos tratamentos ser assegurada em contexto de clínica privada, conduzindo a diversas implicações ao nível da prevenção e detecção precoce de problemas dentários. Tendo em conta a idade das nossas crianças, a promoção de comportamentos de saúde oral surge como um imperativo na minimização de problemas dentários futuros e na disponibilização de informação adequada a pais e educadores.