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Descrição do caso clínico

Paciente do sexo masculino, 60 anos, pretendia substituir os dentes ausentes e restaurar os dentes desgastados. Após exame clínico, estudo fotográfico, radiográfico e modelos de estudo (montados em articulador semi-ajustável) verificou-se ausência dos dentes 1.4 ao 1.7, 2.1, 2.4 ao 2.7, 3.1 e 4.6.

Os remanescentes anteriores apresentavam desgaste acentuado por atrição (bruxismo). A dimensão vertical de oclusão, ligeiramente diminuída, não foi compensada pela remodelação alveolar. Após discussão das hipóteses de tratamento, executou-se uma prótese parcial removível acrílica provisória superior (overlay) como concepção simulada para avaliar o novo esquema oclusal, a estética e a fonética, antes do tratamento definitivo.

Por motivos económicos optou-se pela confecção de próteses parciais removíveis esqueléticas, sendo a superior uma sobredentadura com dois encaixes supra-radiculares (1.3 e 2.3) e faces oclusais fundidas do 1.3 ao 2.3, 1.8 e 2.8, aumentando-se a resistência da prótese às forças oclusais excessivas.

Discussão

A etiologia do desgaste dentário é multifactorial: atrição, abrasão e/ou erosão. Quando excessivo pode provocar patologia pulpar, desarmonia oclusal, redução da função mastigatória, alteração estética, diminuição da dimensão vertical. A reabilitação oral de um paciente com desgaste dentário pode ser um desafio, por haver pouco espaço intermaxilar para a confecção da restauração.

Estão descritos vários métodos de tratamento, principalmente com recurso a prótese fixa sobre dentes e/ou implantes. Neste caso específico foi possível atingir a satisfação do paciente quanto à estética e função através de uma opção conservadora e economicamente mais favorável.

Conclusão

Com este caso clínico pretende-se salientar a importância do diagnóstico e do estudo em situações complexas de reabilitação, como são as de desgaste dentário, independentemente das opções de tratamento. A questão fundamental nesta patologia consiste em recuperar a estrutura dentária perdida, sem perturbar a fisiologia do sistema mastigatório: estabilidade oclusal e articular.