Maloclusão na dentição temporária: intervir ou não intervir?

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Galerias do Pavilhão 2 (Expo-Dentária) – 11 Novembro , 17h30-18h30 – Ordem nº

Universidade do Porto

Introdução

Existe uma panóplia de factores que podem afectar a oclusão dentária e, consequentemente, impedir um correcto desenvolvimento dos dentes, ossos e todo o sistema neuromuscular orofacial. No que concerne à dentição temporária, as maloclusões são ainda um tema pouco pesquisado, principalmente no nosso país.

Objectivos

O objectivo dos autores é sublinhar a importância do acompanhamento precoce e multidisciplinar, respondendo à questão: “intervir ou não intervir?”.

Materiais e métodos

Pesquisa bibliográfica efectuada na base de dados Pubmed, utilizando como palavras-chave “primary teeth”, “malocclusion”, “early interceptive treatment”, em revistas de língua inglesa, espanhola e portuguesa, assim como em livros da especialidade.

A pesquisa foi limitada a artigos publicados entre 1995 e 2011. Foram seleccionados 23 artigos, tendo em atenção o conteúdo científico do resumo.

Resultados

A etiopatogenicidade das maloclusões é multifactorial, com uma interacção de factores hereditários, morfológicos e biomecânicos com factores adquiridos.

Apesar da escassez de estudos, aqueles que analisam dados epidemiológicos reportam uma alta prevalência, que oscila entre os 17% e os 89,3%.

A grande disparidade advém dos desenhos de estudo e critérios de clasisficação discrepantes e ainda da variabilidade das populações.

Dentro destes estudos, as maloclusões mais prevalentes são o aumento do overjet e a mordida aberta anterior, geralmente associadas a hábitos de sucção não nutritiva prolongados. Verifica-se também grande prevalência de mordidas cruzadas posteriores e overbite aumentado.

Conclusões

Durante a infância, o crescimento e desenvolvimento craniofacial ocorrem de forma intensa e constante e, portanto, são mais suscetíveis às modificações estruturais.

Implicações clínicas

Os tratamentos dos problemas oclusais mais simples devem ser iniciados em idades precoces e são da responsabilidade do Odontopediatra, Médico Dentista e até mesmo do Pediatra, uma vez que têm o primeiro contacto com as crianças e conseguem actuar na “idade pré-ortodontica”, onde os factores etiológicos estão presentes, sendo passiveis de controlo.