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Universidade de Coimbra

Introdução

As inclusões dentárias são frequentes e a abordagem cirúrgica pode ser necessária. Existindo riscos associados à extracção dos dentes inclusos, há que fazer um diagnóstico correcto e ponderar individualmente a decisão terapêutica. Há, contudo, várias situações clínicas descritas que facilitam a decisão do médico dentista.

Neste trabalho são expostas as indicações, contra-indicações e os riscos associados quer à extracção, quer à preservação de dentes inclusos que não apresentam complicações associadas.

Objectivos

Obtenção de informação relevante acerca da etiologia e prevalência das inclusões dentárias, referir quais as mais frequentes e clarificar as situações clínicas que indicam ou contra-indicam a extracção de dentes inclusos sem complicações. As situações referidas serão ilustradas com casos clínicos.

Materiais e métodos

Revisão bibliográfica após pesquisa em bases de dados de referência (Pubmed/Medline e EBSCOhost), utilizando como palavras-chave: “wisdom teeth”; “impacted teeth”; “prophylactic extraction”. Seleccionaram-se 25 artigos em português e em inglês, publicados entre 2000 e 2011, com factor de impacto. Consultaram-se igualmente livros da especialidade. As radiografias referem-se a doentes do Serviço de Estomatologia dos HUC.

Resultados

Os dentes inclusos com patologia associada devem ser removidos mas se não existirem complicações a decisão torna-se mais complexa. Por, num dado momento, o dente incluso não ter patologia associada não significa que não venha a desenvolvê-la. Sobretudo em jovens, é muitas vezes aconselhável a extracção profiláctica.

Conclusão

Os dentes inclusos assintomáticos podem ser extraídos ou mantidos. A manutenção e controlo radiográfico está apenas indicada em pacientes de idade avançada (>40 anos) e quando a localização do dente implica osteotomia extensa ou tem grande proximidade a estruturas nobres.

Implicações clínicas

O clínico deve conhecer a evidência científica disponível para fundamentar as suas decisões. A literatura recomenda um diagnóstico cuidado para prevenir o trauma associado a procedimentos desnecessários, mas também evitar complicações futuras por dentes inclusos até então assintomáticos.