Póster > Investigação > Biologia Oral

Carlos Miguel Marto

Universidade de Coimbra

Introdução

Face às limitações dos materiais artificiais, a medicina dentária regenerativa (MDR) pretende a regeneração dos tecidos, utilizando recorrentemente células estaminais. Contudo, terapias baseadas em células estaminais apresentam limitações importantes, como a obtenção das células e os problemas éticos/rejeição associados. Estratégias inovadoras para obter células tipo estaminal são necessárias, como a utilização de fibroblastos gengivais.

Objetivos

Aplicar uma metodologia de desdiferenciação celular em fibroblastos gengivais para obter células tipo estaminal, que por sua vez podem ser diferenciadas em células de interesse para utilização em MDR.

Materiais e métodos

Foram estabelecidas culturas de fibroblastos gengivais de murganho recorrendo a explantes. As células obtidas foram sujeitas a desdiferenciação com um agente indutor de desdiferenciação (AD) (1a5μΜ) com e sem mudança de meio durante 4 dias. Foram avaliadas (1)alterações morfológicas, com recurso a microscopia ótica de células vivas e coradas com violeta de cristal, (2)análise do ciclo celular por citometria de fluxo, (3)proliferação celular e (4)eficiência clonogénia.

Resultados

O AD promoveu um aumento do tamanho celular, alterações morfológicas e morte celular até 25%. Verificou-se um aumento do número de células em fase G2/M e a formação de uma população tetraplóide. O AD induziu ainda uma diminuição da proliferação celular e da eficiência clonogénica.

Discussão

As alterações feno e genotípicas observadas são compatíveis com o aparecimento de uma população tipo estaminal.

Conclusões

Foram desdiferenciados fibroblastos gengivais com sucesso utilizando o AD.

Implicações clínicas

As células tipo estaminal obtidas por desdiferenciação de fibroblastos gengivais, podem ser utilizadas no futuro em MDR.

Fontes de financiamento: FCT, Portugal (Strategic Project PEst-C/SAU/UI3282/2013 e UID/NEU/04539/2013],COMPETE-FEDER.