O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, a diretora-geral da Direção-Geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, e o subdiretor da DGS, Rui Portugal, reuniram no início da semana com as ordens profissionais da saúde para acompanhar a “Estratégia Integrada Outono/Inverno COVID-19”.

A Ordem dos Médicos Dentistas transmitiu as preocupações da classe face à evolução da pandemia e destacou quatro pontos importantes. Em primeiro lugar, o bastonário alertou para o facto de “os médicos dentistas não terem sido contemplados no plano e campanha de vacinação contra a gripe, nem mesmo os grupos mais vulneráveis dos profissionais de saúde oral que, pela idade ou comorbilidades, deveriam ser prioritários”. Miguel Pavão salientou que os “médicos dentistas têm um grande contacto diário com os cidadãos, cerca de 100 mil utentes por dia, pelo que era muito útil que tivessem sido integrados nesta campanha de vacinação” e reforçou a importância de incluí-los em ações futuras.

A Norma 019/2020 da DGS relativa aos testes para a SARS CoV-2, que entra em vigor a 9 de novembro, foi outro dos assuntos que a OMD levou à reunião com os responsáveis da Saúde. O bastonário solicitou a clarificação do conteúdo que está relacionado com a atividade da medicina dentária. Evidenciou também que é fundamental uma estreita colaboração perante a imprevisibilidade da segunda fase pandémica.

Por outro lado, a Ordem realçou a adesão dos médicos dentistas à linha SNS 24, o que mostra que a “classe está especializada e disponível para colaborar”, sendo de realçar a boa aceitação por parte do ministério e da DGS. O bastonário da OMD foi mais longe e sugeriu que estes recursos humanos podem ser potenciados no contexto da saúde pública. “Mostramos total disponibilidade para colaborar nos inquéritos epidemiológicos, que é algo que os médicos dentistas que estão no Serviço Nacional de Saúde já fazem, e para fazer o acompanhamento e monitorização dos cidadãos em isolamento profilático e solicitar os dados da prescrição do teste”, sugeriu.

A finalizar, Miguel Pavão notou que é evidente o desgaste dos profissionais de saúde, pelo que “a colaboração intersetorial pode ser feita com os médicos dentistas, não só em termos de linha SNS 24, mas também nas unidades de saúde pública”. Defensor de uma “comunicação clara e simples”, o bastonário da OMD salientou que a classe está disponível para uma colaboração proativa com as autoridades de Saúde.