O movimento “Saúde em Dia – Não mascare a sua Saúde” apresentou o relatório de análise da prestação de cuidados de saúde em período de pandemia pela COVID-19 (pdf), no qual é avaliado o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral.

Conclui-se que a emissão e utilização do cheque-dentista, bem como do número de tratamentos efetuados, registaram quebras significativas em ano de pandemia.

O relatório partiu dos últimos dados recolhidos do Portal da Transparência do SNS, que foram comparados com o período homólogo de 2019.

Relativamente à emissão de cheques-dentista, foram emitidos 314.167, menos 99.160 cheques, verificando-se uma diminuição de 24% face ao ano anterior. Por outro lado, foram utilizados 139.520, menos 108.029 cheques, o que representa uma quebra de 44%.

Quando analisados os valores de tratamentos efetuados, registou-se uma diminuição de 854.935 para 451.231, o que representam menos 403.704 tratamentos (ou seja, menos 47%).

Cenário idêntico verifica-se no Projeto de Intervenção Precoce no Cancro Oral (PIPCO), que emitiu menos 1.320 cheques (quebra de 40% face a 2019) e registou uma diminuição de 8% da taxa de utilização (na prática, menos 165 cheques utilizados).

Recentemente, a respeito do impacto negativo da pandemia no PNPSO, o bastonário da OMD, Miguel Pavão, defendeu que as consequências da COVID-19 no setor “obrigam a uma reflexão profunda sobre o programa e são uma oportunidade para propor novas soluções e mudanças nos programas de saúde oral”. Na ocasião, alertou para o facto de que “se nada for feito, corre-se o risco de perder os ganhos de saúde oral alcançados nos últimos anos”.

O relatório é uma iniciativa do movimento “Saúde em Dia”, criado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pela Ordem dos Médicos, em parceria com a Roche, que visa alertar para a importância de não mascarar sintomas e de não adiar a consulta do médico perante sinais de alerta.