Póster > Revisão > Odontopediatria

Manuela Crespo

Introdução: Na cavidade oral, a terapia oncológica é responsável por efeitos adversos agudos e complicações a longo prazo, que, nas crianças, são ainda mais prevalentes que nos adultos, contribuindo para a sua morbilidade e mortalidade.

Objetivo: Pretendeu-se realizar uma revisão narrativa da literatura científica, publicada nos últimos 15 anos, acerca das complicações orais do tratamento oncológico em crianças, e compilar diretrizes de atuação clínica para orientar o médico dentista no atendimento destes doentes.

Métodos: Entre janeiro e maio de 2015, procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e B-on utilizando as palavras chave: cancer, children, leukemia, limphoma, “oral manifestations” separadas ou associadas pelo operador de pesquisa booleano “AND”. Limites empregues: publicações nos últimos 15 anos, abstract disponível, estudos em humanos, artigos em inglês, português e espanhol. Resultados: Desta pesquisa resultaram 65 artigos selecionados primeiramente pelos títulos, seguidamente pela leitura dos abstracts e, finalmente, do artigo por inteiro. 44 artigos foram revistos.

Conclusões: Os efeitos colaterais agudos e crónicos da terapia antineoplásica mais frequentes na cavidade oral são: mucosite, hemorragia oral, disgeusia, infeções oportunistas, disfunção das glândulas salivares, cárie dentária, neurotoxicidade, osteorradionecrose, disfunção na articulação temporomandibular e anomalias do desenvolvimento dentário e craniofacial.

Implicações clínicas: O médico dentista desempenha um papel fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento das complicações orais do tratamento oncológico. Antes de iniciar a oncoterapia, as crianças devem ingressar num rigoroso programa de acompanhamento dentário onde é essencial a cooperação entre dentista e equipa oncológica.

Palavras-chave: Manifestações orais, criança, tratamento oncológico, leucemia, linfoma, mucosite