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Susana Carrapatoso

Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 57 anos, foi referenciada para consulta de medicina oral pela médica dentista assistente após “achado” radiológico em Ortopantomografia de rotina. Na anamnese revelou ser diabética, hipertensa, com insuficiência cardiaca e dislipidémia; sem hábitos tabágicos e alcoólicos. Ao exame clínico, sem lesões nem tumefações intraorais nem adenopatias cervicais detetáveis. Na avaliação radiográfica é observada uma imagem radiolúcida, circular, com 10mm de diâmetro na região do dente 44 (ausente), com proximidade às raízes dos dentes adjacentes (43 e 45) que se apresentam vitais. Não há abaulamento ósseo ou sintomatologia. Efetuou-se biópsia excisional da lesão. Como diagnósticos prováveis foram apontados Quisto Residual, Quisto Periodontal e Tumor Odontogénico Queratoquístico. O relatório anatomo-patológico confirmou tratar-se de Tumor Odontogénico Queratoquístico.

Discussão: O Tumor Odontogénico Queratoquístico desenvolve-se a partir de restos da Lâmina Dentária (quisto de desenvolvimento). Normalmente assintomático, 60% podem encontrar-se em pacientes entre os 10 e 40 anos, com maior frequência no sexo masculino; mais frequente na mandíbula. Apresentamos um caso desta lesão numa mulher, com mais de 40 anos, sem associação a síndroma de Gorlin, onde a realização de uma radiografia de rotina levou ao diagnóstico de um Tumor Odontogénico Queratoquístico.

Conclusão: Os médicos dentistas têm acesso privilegiado, por rotina, à visualização da cavidade oral mas a ocorrência de lesões intraósseas assintomáticas reforça a relevância da realização de exames complementares/de rotina como meio de diagnóstico deste tipo de lesões.

Palavras-chave: Lesão, quisto, tumor, mandíbula, biópsia, diagnóstico