Comunicação oral > Revisão > Endodontia

Joana Freitas

Universidade de Coimbra

Introdução: As células estaminais são células indiferenciadas caracterizadas pela sua capacidade de auto-renovação e diferenciação em outros tipos de células especializadas. O seu processo de diferenciação é controlado pelo meio circundante e pelo presença de factores de estímulo. As células estaminais de origem dentária representam uma aposta promissora dado a sua acessibilidade e capacidade de diferenciação em várias linhas celulares.

Objetivos: Realizar uma revisão da literatura atual referente à caracterização e aplicação clínica das células estaminais de origem dentária em endodontia regenerativa.

Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed usando a combinação dos termos “stem cells” e “regenerative endodontics” com conetor booleano “AND”, tendo sido selecionados 14 estudos relevantes, complementados com 4 referências cruzadas.

Resultados: Dos 18 estudos, 8(44%) caracterizam e referem as aplicações das células estaminais dentárias. São descritos os diversos tipos de células estaminais dentárias, nomeadamente as células estaminais da polpa, da papila apical, do ligamento periodontal, as provenientes de dentes decíduos e as precursoras do folículo dentário. Todas estas células apresentam vários marcadores de estaminalidade, capacidade de auto-renovação, e de diferenciação em osteoblastos, odontoblastos, condrócitos, adipócitos, miócitos e células do tecido nervoso.

Conclusões: O uso de células estaminais representa uma opção terapêutica promissora. No entanto, são necessários mais conhecimentos acerca do processo de diferenciação das células estaminais dentárias, de forma a maximizar metodologias que possibilitem a sua aplicação.

Implicações Clínicas: Procedimentos regenerativos com células estaminais podem ser uma solução no tratamento de dentes imaturos com necrose pulpar, promovendo uma regeneração/reparação guiada dos tecidos.