Procedimentos endodônticos regenerativos com matrizes em dentes imaturos com periodontite apical

Comunicação oral > Investigação > Endodontia

Sala 1 – 10 novembro, 09h50 – Ordem nº 002
Candidato a prémio

Paulo Jorge Rocha da Palma

Universidade de Coimbra

João Carlos Ramos
João Brochado
Carlos Viegas
João Miguel Santos

A interrupção do desenvolvimento radicular representa um desafio clínico complexo.

Avaliação histológica dos tecidos recém-formados em procedimentos endodônticos regenerativos(REPs) usando o coágulo sanguíneo ou duas novas matrizes à base de hidrogel de quitosano.

A periodontite apical foi induzida em dentes imaturos (n=96) de 4 cães Beagle. Os dentes foram alocados em 4 grupos teste: I-Plug apical MTA; II-coágulo sanguíneo; III-Hialuronato de sódio:quitosano(HA:CS); e IV-Pectina:quitosano(P:CS). As raízes foram desinfetadas com pasta triantibiótica antes dos REPs. Treze semanas pós-tratamento os animais foram eutanasiados para colheita de tecidos e processamento histológico. Os testes estatísticos foram Kruskal-Wallis e Mann-WhitneyU(p<0,05).

No grupo I, o lúmen do canal radicular estava completamente preenchido por MTA sendo possível identificar em 83% das amostras a criação de uma barreira apical. Nos grupos II, III e IV foi possível observar a presença de tecidos vitais no interior do canal radicular. Nestes, em 66,7% foi observado encerramento apical bem como aumento na espessura(85,6%) e comprimento(45,6%) radicular. O grupo II obteve os melhores resultados quanto à criação de novos tecidos mineralizados, em relação aos grupos III (p=0.006) e IV (p=0.025). A avaliação histológica revelou estruturas mineralizadas apicais compostas por cemento celular, dentina e rodeadas por ligamento periodontal, assim como restos epiteliais de Malassez.

A adição de matrizes de quitosano ao coágulo sanguíneo não demonstrou potenciar a formação de novos tecidos mineralizados no interior do canal radicular.

REPs deverão ser considerados como uma potencial opção no tratamento de dentes permanentes imaturos com pulpite irreversível ou em necrose pulpar, representando um avanço relativo à terapêutica endodôntica convencional.