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Resumo
Descrição do caso clínico: Indivíduo do sexo feminino, 32 anos, asmático, respirador oral, com o motivo da consulta “Acho que tenho a boca muito estreita e gostava de fechar o espaço de cima” (sic). Os exames complementares de diagnóstico incluíram: ortopantomografia, telerradiografia de perfil, radiografia oclusal, modelos e fotografias.
O exame objetivo evidenciou: mordida cruzada posterior bilateral, classe I canina esquerda e II direita, desvio de linhas médias, ausência de peças dentárias e estalidos na ATM esquerda. Foi ainda diagnosticada uma classe I esquelética. Na primeira fase de tratamento foi preconizado um disjuntor hyrax de quatro apoios para disjunção não cirúrgica da sutura palatina mediana. O prognóstico era reservado.
Discussão
A opção da disjunção não cirúrgica em adultos poderá implicar riscos, tais como: inclinação dos dentes posteriores, perfuração vestibular do alvéolo, dor, edema, ulceração e/ou recessão gengival. No entanto, as vantagens incluem potenciais resultados semelhantes aos da disjunção cirurgicamente assistida, com recurso a um método menos invasivo e mais económico.
Apesar de ser consensual na literatura que a idade e a maturação esquelética avançada pioram o prognóstico da disjunção, a controvérsia instala-se quando se pondera esta abordagem terapêutica em adultos. Enquanto alguns autores aceitam apenas uma disjunção cirurgicamente assistida, outros consideram a possibilidade não cirúrgica.
Conclusões
A disjunção palatina não cirúrgica efetuada na paciente adulta mostrou-se efetiva. Assim, o ortodontista poderá recorrer a esta opção terapêutica após avaliar prudentemente a indicação de cada caso, ponderando o risco/benefício e elucidando o paciente sobre as suas vantagens e limitações.