Reabilitação de paciente bruxómano: função vs estética – caso clínico

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Hall dos posters – 8 novembro, 17h30-19h00 – Ordem nº

Descrição

Um paciente do sexo masculino, com 62 anos, dirigiu-se à consulta de Prostodontia da FMDUL, com queixas de dificuldade mastigatória e com compromisso estético relacionado com a perda de dentes e com desgaste dos dentes remanescentes. O paciente apresentava perda de dimensão vertical, com colapso da mordida, falta de suporte posterior.

O objectivo do paciente era obter uma reabilitação fixa. Foi realizada avaliação extra e intra-oral, bem como moldes preliminares para obtenção de modelos de estudo e enceramento diagnóstico. Com base nestes dados foi elaborado um plano de tratamento que incluía reabilitação dos dentes remanescentes com coroas metalo-cerâmicas e dos espaços edêntulos com implantes e coroas metalo-cerâmicas.

Discussão

A reabilitação de pacientes bruxómanos continua a ser um desafio, uma vez que estes são capazes de produzir movimentos cêntricos e excêntricos com forças cerca de seis vezes superiores às produzidas por não bruxómanos. Diferentes materiais de restauração estão hoje disponíveis, podendo a sua selecção, na reabilitação destes casos, ser controversa e difícil.

Dos diversos materiais de restauração disponíveis, o metal parecer ser aquele que apresenta maiores vantagens em termos de longevidade, decorrente da estabilidade oclusal e ausência de fracturas que apresenta. No entanto, devido ao comprometimento estético que implica, os pacientes nem sempre o aceitam como alternativa.

Neste caso, optou-se por restaurações metalo-cerâmicas com contactos oclusais em metal permitindo obter uma solução com satisfatória estabilidade oclusal e com o mínimo compromisso estético. Outros factores foram considerados com objectivo de promover a longevidade do tratamento, tais como reabilitação em relação cêntrica com liberdade em cêntrica, guias de desoclusão e diminuição do tamanho das cúspides.

Conclusões

A reabilitação de pacientes bruxómanos apresenta especificidades inerentes. Não devemos negligenciar a estética, no entanto nestes pacientes devemos fazer algum compromisso de modo a garantir uma previsibilidade e longevidade de tratamento.