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Descrição
Paciente do sexo masculino, 62 anos, recorreu à consulta do curso de Especialização em Cirurgia Oral da FMDUP, devido ao aparecimento de uma exposição óssea no 2º Quadrante. Foi realizada a história clínica, o exame objectivo e fotografias.
Da anamnese apenas há a assinalar que o doente foi vítima de câncro da próstata e foi submetido a quimioterapia diária. Clinicamente o osso exposto media 2 cm no maior comprimento e tinha um aspecto amarelado e purulento. Foi realizada uma ortopantomografia e uma radiografia periapical, onde observamos uma zona mais radiotransparente com um halo radiopaco.
Nos possíveis diagnósticos incluimos osteomielite crónica, osteoradionecrose e osteonecrose avascular por bifosfonatos. Como na anamnese não existe história de radioterapia da cabeça e pescoço nem de administração de bifosfonatos e o doente refere ter feito uma extração naquela zona há cerca de um ano, o diagnóstico mais provável é de osteomielite crónica.
Foi realizada a biópsia excisional do sequestro ósseo e irrigação abundante com soro fisiológico. A peça foi enviada para análise histopatológica cujo resultado foi de alterações morfológicas compatíveis com sequestro ósseo, parcialmente necrosado e focalmente circundado por infiltrado inflamatório de tipo tecido de granulação. O doente foi controlado após um mês e apresentava boa cicatrização.
Discussão
Neste caso, como a suspeita de osteomielite era forte, o tratamento passou pela exérese do sequestro com cobertura antibiótica. Nos doentes que tomam bifosfonatos estava contraindicada a remoção cirúrgica do osso avascular pelo risco de necrose extensa do maxilar. Num doente irradiado teríamos que ter em conta à quanto tempo é que tinha sido irradiado, quais as doses e os locais irradiados. Neste caso, o tratamento podia passar por indicação de câmara hiperbárica.
Conclusão
Pelo resultado clínico e da histopatologia e pela boa resposta ao tratamento concluímos tratar-se de uma osteomielite crónica.