Diabetes mellitus, patologia periapical e desempenho da terapia endodôntica: revisão sistemática

Póster > Revisão > Endodontia

Hall dos posters – 8 novembro , 14h30-16h00 – Ordem nº

Introdução e objetivos

A Diabetes Mellitus (DM) pode afetar a resposta imunitária do hospedeiro a nível periapical causando um atraso no processo de reparação dos tecidos apicais. Este trabalho pretendeu efetuar uma revisão sistemática sobre os efeitos da DM na Periodontite Apical (PA) e no desempenho do tratamento endodôntico.

Metodologia

Foi realizada uma pesquisa na Pubmed/ScienceDirect de artigos publicados entre os anos de 2000-2012, utilizando as palavras-chave “apical periodontite”, “diabetes mellitus”,” endodontics”,” root canal treatment”. Na metodologia foram incluídas estudos de revisão, caso-controlo, clínicos e epidemiológicos.

Resultados

De 21 artigos encontrados, 17 cumprem os critérios de inclusão. Destes, 2 são estudos de revisão, 8 epidemiológicos/clínicos retrospetivos e 7 clínicos prospetivos. Os resultados de nove ensaios revelam maior prevalência de PA em pacientes diabéticos comparativamente com grupos controlo (74%-81%).

Dois estudos registam maior prevalência de infeções pulpares assintomáticas e que a reparação das lesões apicais é mais lenta nestes pacientes. Sete estudos revelam menor prognóstico do tratamento endodôntico nos pacientes com DM havendo grande variação nas taxas de sucesso reportadas (68%-89,7%).

Três estudos revelam menor desempenho do tratamento endodôntico aquando do diagnóstico de lesão apical prévia à terapia. Nos ensaios avaliados ocorre grande variabilidade nos períodos de follow-up (30 semanas – 4 anos) e no desenho de investigação, particularmente: dimensão da amostra, diagnóstico de DM (tipos I e II), início/duração DM, controlo metabólico, marcadores inflamatórios e diagnóstico periapical.

Conclusões

Os resultados encontrados sugerem que o desempenho do tratamento endodôntico em pacientes diabéticos é menor que em pacientes sem diabetes principalmente quando diagnosticadas lesões apicais antes do início da terapia endodôntica. São necessários mais estudos epidemiológicos prospetivos para confirmar os efeitos desta associação.

Implicações clínicas

Pacientes com DM podem ter prevalência mais elevada de patologia periapical e maior probabilidade de insucesso na terapia endodôntica comparativamente com pacientes sem esta condição sistémica.