Perfil do paciente geriátrico na clínica dentária universitária da UCP

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Hall dos posters – 8 novembro , 17h30-19h00 – Ordem nº

O envelhecimento caracteriza-se por um processo natural e gradual capaz de produzir limitações e alterações no funcionamento do organismo tornando o idoso mais vulnerável às doenças.

A cavidade oral reflete muitas vezes essas alterações, sendo agradavas e exacerbadas pela polimedicação, resultante de condições sistémicas inerentes.(1,2) Este facto, torna-se mais critico quando os idosos não têm acesso ao tratamento médico-dentário necessário ou adequado.(3)

Assim, o aumento da esperança média de vida perpectua maior dedicação ao paciente geriátrico no que concerne ao tratamento, prevenção e desenvolvimento de programas de saúde oral direccionadas para os idosos.(4,5)

Para traçar o perfil do paciente odontogeriátrico, recorreu-se à análise da história clínica e dos resultados do exame físico, recolhendo dados como o número de elementos dentários e patologias sistémicas, utilizando uma amostra constituída por 300 pacientes (159 femininos, 53%) com mais de 60 anos (média 67.52±6.67 anos), atendidos de Setembro de 2009 até Março de 2012 na Clínica Universitária da Universidade Católica Portuguesa.

Da amostra estudada, 49 pacientes (16.3%) não tomam qualquer medicação e a média é de 2.62 ±2.30 fármacos. A média de dentes ausentes é 11.44 ± 7.91 e de dentes protéticos é 5.93 ± 9.30. A idade foi associada com a ausência de 0 a 9 dentes (60-69=56.2% vs 70-79=38.6% vs 80-89= 22.7%, p<0.001) e foi igualmente associada com a existência de 20-28 dentes protéticos (60-69=9.6% vs 70-79=17.1% vs 80-89=40.9%, p<0.001). Além disso, a idade foi associada com a presença de patologia cardíaca (60-69=36.5% vs 70-79=45.7% vs 80-89=54.5%, p<0.05) e com a presença de cancro (60-69=3.8% vs 70-79=8.7% vs 80-89=27.3%, p<0.01).

Os resultados obtidos na amostragem demonstram a necessidade premente de um maior auxílio e cuidado a esta camada populacional, numa simbiose entre as Universidades e a Sociedade em geral, de forma a conseguir promover uma melhor qualidade de vida no paciente geriátrico.