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Introdução
O exercício profissional de Medicina Dentária é considerado pela literatura como potencialmente lesivo para a saúde de quem o exerce. Os médicos dentistas estão normalmente inseridos dentro do grupo de profissionais com maior prevalência de desordens músculo-esqueléticas.
A postura adotada para trabalhar na cavidade oral do paciente, exige um aumento do esforço, highload, sobretudo do músculo trapézio, não só para permitir ao médico dentista visualizar melhor a zona de trabalho mas também devido à postura elevada dos ombros e à reduzida amplitude de movimentos que se estabelece por longos períodos de tempo.
Objetivo
Avaliar a presença de doenças do foro ocupacional através da análise da prevalência de sintomas de dores e desconforto músculo-esqueléticos numa amostra de médicos dentistas portugueses.
Materiais e métodos
Foi enviado um questionário a 4800 médicos dentistas portugueses com questões relacionadas com a presença e localização de patologia, sintomatologia dolorosa e desconforto musculo-esquelético.
Resultados
Foi obtida resposta de 227 médicos dentistas. Destes, 65,9% relataram dor músculo-esquelética em pelo menos uma parte do corpo, não se tendo encontrado diferenças estatisticamente significativas entre o género. A região mais prevalente com sintomatologia foi a coluna cervical (55,8%). Os médicos dentistas que trabalhavam mais que 35 horas/semana apresentaram maior probabilidade, de forma estatisticamente significativa, de vir a apresentar dor músculo-esquelética (p=0,011).
Conclusão
A prevalência de médicos dentistas com dor músculo esquelética é elevada, estando esta inerentemente associada ao número de horas de trabalho.
Implicações clínicas
É essencial educar os profissionais desta área a adoptarem, desde o início da sua actividade, uma correcta posição postural, garantindo assim uma melhor e qualidade de vida dos mesmos, o que se traduzirá num melhor desempenho das suas funções profissionais.