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Introdução e objetivos

A dor orofacial de origem neuropática é pouco conhecida e consequentemente são realizados diagnósticos erróneos. O objetivo deste estudo é estabelecer as características clínicas dos pacientes diagnosticados e tratados com dor orofacial neuropática.

Material e método

Efetuou-se um estudo observacional descritivo retrospetivo, selecionando os doentes diagnosticados com dor orofacial idiopática atendidos entre 2004 e 2010. As variáveis registadas foram: idade, género, diagnóstico clínico, tempo decorrido entre o início dos sintomas até à realização do diagnóstico, características da dor (localização, qualidade, intensidade e duração) agravantes e aliviantes da dor, tratamento prescrito e efeitos secundários do tratamento. A análise estatística foi realizada com o software SPSS para Windows.

Resultados

Foram incluídos no estudo 23 doentes diagnosticados com dor orofacial idiopática contínua durante os últimos 6 anos, dos quais, 20 (86,9%) eram mulheres. Os diagnósticos foram: 4 anestesias dolorosas (AD), 5 síndromes de boca ardente (SBA) e 14 dores faciais idiopáticas persistentes (DFPI). O tempo passado desde o início dos sintomas ao diagnóstico foi, em média de 28,1 meses. A localização mais frequente foi o maxilar superior (n=8; 34,7%) e a lingua (n=5; 21,7%. A intensidade da dor mais prevalente foi a moderada (n=19; 82,6)

Discussão e conclusões

A incidência da dor orofacial neuropática é desconhecida. Afeta, mais frequentemente mulheres, o que coincide com este estudo. A sua etiopatogenia costuma ser idiopática. Na nossa amostra, alguns tipos de dor começam depois de intervenções cirúrgicas bocais e implantológicas. Existe evidência científica que os antidepressivos tricíclicos podem ser beneficiosis no tratamento deste tipo de dor, tal como alguns fármacos anticonvulsivantes.

Implicações clínicas

Contribuir com conhecimentos em relação à dor neuropática a fim de realizar um diagnóstico e tratamento corretos.