Alterações musculares a nível do complexo crânio-cérvico-mandibular em indivíduos bruxómanos: estudo termográfico

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Hall dos posters – 8 novembro, 17h30-19h00 – Ordem nº

Introdução

Tem sido sugerido, por diversos autores, que existe uma interdependência funcional entre os músculos cervicais e a musculatura mastigatória. Na sequência desta interdependência funcional, alterações posturais, principalmente, da cabeça e pescoço, podem influenciar determinados circuitos neuromusculares, conduzindo ao desenvolvimento e/ou agravamento de distúrbios temporomandibulares. A hiperatividade dos músculos da mastigação, em bruxómanos, corresponde a pode originar zonas de hiperirritabilidade e sensibilidade neuromuscular que, através da termografia, se traduzem em termogramas assimétricos.

Objetivo

Verificar a existência de diferenças significativas de postura da cabeça e pescoço entre bruxómanos e indivíduos assintomáticos, bem como correlacionar os respetivos termogramas.

Metodologia

Selecionaram-se 32 participantes (16 bruxómanos e 16 indivíduos assintomáticos) alunos de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, de ambos os géneros e idades compreendidadas entre 22-26 anos. Efetuou-se a anamnese e exame clínico, de forma a diagnosticar a presença de sinais e/ou sintomas de bruxismo. Na avaliação da postura, realizou-se um registo fotográfico, numa vista de perfil direito, em posição reta e de repouso, analisado informaticamente. Os termogramas foram obtidos com uma câmara termográfica Flir® A325.

Resultados

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas da postura da cabeça e pescoço em bruxómanos e indivíduos assintomáticos (p=0,224). A termografia registou ∆T significativas em todos os músculos estudados e ATM (p<0,05), exceto no esternocleidomastóideu (p=0,067).

Conclusão

Apesar de se observarem termogramas assimétricos nos bruxómanos, não se verificaram alterações posturais, resultantes de modificações e disfunções a que o bruxismo se associa. A termografia pode funcionar como um meio auxiliar de diagnóstico de DTM e de prevenção de lesões. No entanto, são necessários mais estudos em amostras maiores, são para clarificar esta questão.

Implicações clínicas

Os termogramas assimétricos devem ser considerados quando se efetuam planos de tratamento e de prevenção.