Determinação electromiográfica da força máxima de mordida: implicações clínicas

Póster > Investigação > Oclusão

Hall dos posters – 8 novembro, 17h30-19h00 – Ordem nº

A contração muscular pode ser investigada através da electromiografia de superfície, que regista os potenciais bioelétricos dos músculos, através de eléctrodos colocados sobre a superfície da pele. Estes potenciais estão relacionados com a força desenvolvida e energia despendida pelo músculo, no decurso da mastigação. No entanto, para que sejam corretamente interpretados esses registos terão que ser normalizados face à força máxima realizada pelo músculo.

Objetivos

Este estudo teve como objectivo determinar a diferença entre a contração voluntária máxima em intercuspidação e a contração voluntária máxima com rolos de algodão interpostos entre os molares.

Métodos

Colocação de eléctrodos de superfície nos músculos masseter e temporal bilateralmente. Solicitou-se aos participantes que exercessem a força máxima possível na posição de intercuspidação durante 10 segundos. O mesmo procedimento foi realizado colocando rolos de algodão entre os molares.

Resultados

Verificaram-se diferenças significativas na força executada entre a contração máxima voluntária com e sem rolos de algodão nos músculos masseter direito e esquerdo (p=0,001) e temporal direito (p=0,039). No músculo temporal esquerdo (p=0,159) as diferenças não são significativas. Os valores de atividade mioeléctrica com os rolos de algodão foram superiores aos da intercuspidação.

Conclusão

Verificaram-se diferenças significativas quando os indivíduos exerceram a sua força máxima voluntária com e sem a interposição dos rolos de algodão excepto no músculo temporal esquerdo, o que terá que ser averiguado com estudos posteriores. Devido à dor ou medo de fractura dentária, a colocação de um rolo de algodão será o melhor modo de aferir a força máxima de um músculo para, a partir desse valor, aferir percentagens da atividade muscular por ele realizada.

Implicações clínicas

A eletromiografia pode ser utilizada na prática clinica para avaliar a influência de alterações oclusais a nível do sistema estomatognático e como contribuição para o estudo dos distúrbios temporomandibulares. Assim, a padronização dos registos electromiográficos pode ser uma mais valia no estudo da função mastigatória.