Apresentação

“A causa é comum e a «obra» é de todos!”

“Após dois anos consecutivos no Norte do país, o Congresso da APMD regressa a Lisboa”. O presidente Manuel Fontes de Carvalho abriu a quinta edição do encontro anual de medicina dentária com estas palavras, repletas de simbolismo. O regresso anunciado à capital deveria ter ocorrido em 1995, seguindo a alternância entre o Porto e Lisboa, como tem vindo a suceder nos últimos anos. Porém, um conjunto de fatores levou a que tal só acontecesse no “APMD96”.

Alcançar ou superar os resultados da edição anterior apresentava-se como uma «missão quase impossível» para as equipas responsáveis pela organização do evento. “Se atendermos aos condicionalismos a que a cidade de Lisboa está a ser sujeita, nomeadamente a nível de reservas de hotéis, sem esquecer o trânsito aqui na zona, isto como consequência da Cimeira dos Chefes de Estado [e de Governo – onde foi criada a CPLP], levou-me a pensar que isso ia desmobilizar muitos colegas”, referiu no rescaldo do Congresso de 1996.

Mas, para surpresa geral, o evento excedeu todas as expectativas. Mais de 1.200 conferencistas apareceram na antiga Feira Internacional de Lisboa (FIL). Entre eles jovens, muitos jovens! Esta impressionante participação teve provavelmente um contributo muito importante e, mais tarde constatado pelo secretário-geral da APMD, Carlos Silva: “tanto as Faculdades como os Institutos de Medicina Dentária modificaram nesta altura o seu funcionamento, e nalguns casos, até a nível do Conselho Pedagógico, de forma a permitirem que os seus alunos pudessem estar presentes neste Congresso”. “A completar o sentimento de que a «obra» ficou de facto realizada, verifico com muita satisfação que este Congresso veio reconfirmar que a APMD, em particular, e a classe dos médicos dentistas, em geral, são no seu todo um bloco, pelo que não faz sentido voltarmos a falar de «fronteiras» entre o Porto e Lisboa. A causa é comum e a «obra» é de todos!”, frisou.

Em 1996, muitos pormenores começaram a estabelecer-se como regra para os próximos anos. Pela primeira vez, o Congresso APMD instalou-se na FIL, um espaço que viria a ser a “casa” das edições seguintes que decorreram em Lisboa. Pela primeira vez, o encontro de medicina dentária transitou para o mês de novembro (28, 29 e 30) e assim se tem mantido nesta última década.

José Miguel Milheiro de Carvalho, que participou na organização dos “Congressos realizados em Lisboa, no último século”, presidiu a Comissão Organizadora do “APMD96” e, posteriormente, afirmou que “ao recordar aqueles tempos não posso deixar de sentir alguma nostalgia, mas também satisfação pelo dever cumprido”. Foi com o sentimento de obra realizada e “com muita alegria” que registou “um número tão elevado, e que não esperava, de colegas presentes”.

“Este, que continua a ser o maior Congresso português de toda a área da saúde, é também um marco demonstrativo da força anímica e do espírito da classe que vem aumentando dia-a-dia entre todos os médicos dentistas”. Palavras de Manuel Fontes de Carvalho que, curiosamente hoje, 20 anos depois, se mantêm atuais. E é em prol de um evento cada vez mais aglutinador que o convidamos a reservar já o seu lugar na 25ª edição. As inscrições estão abertas!