Trabalhos de investigação clínica

Os trabalhos de investigação clínica deverão apresentar obrigatoriamente os seguintes itens:

1) Título: deverá ser formulado da forma mais objetiva e sintética possível sem sacrificar o rigor. Seja descritivo e use, preferencialmente, termos específicos em vez de gerais e, se possível, refira o tipo de estudo. Evite usar nomes comerciais.

2) Introdução e objetivo: esta secção deverá contextualizar o enquadramento do problema clínico, destacando a sua pertinência e identificando a lacuna científica que o estudo pode ajudar a colmatar. Nos objetivos deverá estar definido de uma forma clara e concisa o propósito do estudo, em que seja percetível as hipóteses a serem testadas. Idealmente deverá fazê-lo numa só frase, mas sem repetir ou refazer a descrição usada no título.

3) Materiais e métodos: descrição dos materiais utilizados, o desenho experimental do estudo e os métodos. Se apropriado, inclua a forma como foi realizada a análise estatística. Como guia de orientação mencione sucintamente, de acordo com o tipo de estudo, os seguintes itens: descrição dos materiais (devem ser usados nomes genéricos de fármacos e equipamentos, salvo se a identificação da marca for crucial para o estudo), desenho experimental, participantes (dimensão da amostra, critérios de elegibilidade, local de triagem), intervenções, desfechos (definir claramente o desfecho primário), métodos de alocação, calibração e ocultação (blinding), tempos de intervenção/avaliação e tipo de análise estatística (testes e nível de significância).

4) Resultados: deverá ser apresentada uma síntese clara dos resultados. Deve mencionar alguns dados específicos representativos dos resultados do estudo. Não referencie informação que não corresponda aos dados da apresentação. Designações genéricas e inespecíficas como “os resultados serão discutidos na apresentação” não serão aceites. Destaque para o desfecho primário dos resultados de cada grupo experimental e o tamanho do efeito estimado e a sua precisão. Se relevante, mencione efeitos adversos ou secundários.

5) Discussão: nesta secção pretende-se uma interpretação consistente com os resultados, considerando a sua aplicabilidade (validade externa), os potenciais riscos e benefícios e integrando estas observações com a evidência aplicável. Deverão ser mencionadas as limitações do trabalho, indicando fontes potenciais de vieses e imprecisões.

6) Conclusões: mencione de uma forma sintética, preferencialmente por tópicos, as principais conclusões objetivas que o estudo alcançou e que respondam aos objetivos ou hipóteses formuladas. Poderá incluir implicações do estudo no contexto da evidência atual e alterações a implementar como resultado da investigação.

7) Indicação final das fontes de financiamento (caso existam).

8) Indicação da existência de conflitos de interesse (caso existam).

Nos trabalhos de investigação clínica deverá ser indicado o registo do estudo de investigação (número e nome do estudo registado) no campo do formulário criado para o efeito.

Os trabalhos de investigação em humanos, incluindo investigação utilizando células, tecidos e/ou dados humanos, devem ter autorização de uma comissão de ética, que deverá ser anexada no formulário de submissão no espaço definido para o efeito.